Justiça do Rio torna réus namorada e cigana por assassinato de empresário com brigadeirão envenenado

Acusação formalizada pela Justiça

Por Plox

24/07/2024 10h41 - Atualizado há cerca de 1 mês

A Justiça do Rio de Janeiro aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) e tornou rés Júlia Andrade Cathermol Pimenta e Suyany Breschak, acusadas do assassinato do empresário Luiz Marcelo Ormond, ocorrido em maio deste ano. Segundo a acusação, Ormond foi morto após consumir um brigadeirão envenenado.

 

Descoberta do crime

O corpo de Luiz Marcelo Ormond foi encontrado em avançado estágio de decomposição em seu apartamento no Engenho Novo, Zona Norte do Rio de Janeiro. A juíza Lúcia Mothe Glioche, titular da 4ª Vara Criminal, destacou na decisão: “Os depoimentos colhidos na fase de inquérito policial evidenciam que as denunciadas estavam unidas no intuito de eliminar a vida da vítima, tendo por fim usufruir de seus bens, praticando atos dissimulados ao longo do tempo que antecedeu ao crime, agindo com atuação calculada e fria, a revelar a periculosidade acima do padrão normal da vida urbana, tornando a custódia necessária para a garantia da ordem pública que se demonstrou abalada com a prática do crime”.

Acusadas e detenção

Júlia Cathermol, namorada do empresário, e Suyany Breschak, considerada a mentora do crime, foram indiciadas por homicídio, falsidade ideológica e associação criminosa. Atualmente, Júlia está presa no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, Zona Norte, enquanto Suyany está no Presídio Djanira Dolores de Oliveira, no Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste.

Posicionamento das defesas

A advogada Hortência Menezes, que defende Júlia, afirmou que está analisando as provas técnicas para responder à acusação. O advogado Etevaldo Tedeschi, responsável pela defesa de Suyany, informou que se pronunciará nos autos do processo dentro do prazo estabelecido, reafirmando a inocência de sua cliente.

Investigação policial

A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu a investigação e indiciou seis pessoas pelo crime. Além de Júlia e Suyany, foram indiciados:

  • Leandro Jean Rodrigues Cantanhede, por receptação, venda de armas, associação criminosa e fraude processual;
  • Victor Ernesto de Souza Chaffin, por receptação criminosa, venda de armas, associação criminosa e fraude processual;
  • Geovani Tavares Gonçalves, pela compra das armas de Ormond;
  • Michael Graça Soares, pela compra das armas de Ormond.

O caso

O crime veio à tona em 20 de maio, quando o corpo de Luiz Marcelo Ormond foi encontrado em decomposição avançada em seu condomínio no Engenho Novo. A suspeita é que ele tenha morrido em 17 de maio, após consumir o brigadeirão envenenado oferecido por Júlia. A necrópsia revelou a presença de um líquido achocolatado no estômago de Ormond, e uma perícia mais detalhada encontrou morfina e clonazepam em seu trato gástrico.

Dinâmica do crime

As câmeras do elevador do prédio de Ormond registraram o empresário descendo para a piscina às 17h04 com o prato de brigadeirão e retornando ao apartamento às 17h47, já mostrando sinais de mal-estar. Júlia, em depoimento na 25ª DP (Engenho Novo) no dia 22 de maio, alegou ter deixado o carro de Ormond na Maré a pedido dele e afirmou que havia saído do apartamento após uma briga, sem mencionar qualquer problema de saúde de Ormond.

Comportamento de Júlia

Durante o depoimento, Júlia sorriu várias vezes ao falar de Ormond, o que foi interpretado pelo delegado Marcos Buss como "extrema frieza". Após depor, ela se refugiou na casa de outro namorado, Jean Cavalcante de Azevedo, em Campo Grande, Zona Oeste, onde ficou até o dia 27 de maio. Júlia retornou à casa dos pais em Campo Grande, que a levaram para Maricá, preocupados com seu estado emocional.

Captura de Suyany e Júlia

Suyany foi presa antes de Júlia, enquanto a psicóloga permaneceu foragida por alguns dias, rendendo-se após negociação com a polícia.

 

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