Maduro acusa Brasil de falta de auditoria nas eleições

Maduro ataca a transparência das eleições no Brasil, EUA e Colômbia, destacando o sistema venezuelano como superior

Por Plox

24/07/2024 09h53 - Atualizado há cerca de 2 meses

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou em comício que as eleições no Brasil não são auditadas, estendendo a acusação sem provas aos Estados Unidos e Colômbia. Maduro, que concorre à reeleição no próximo domingo, 28 de julho, destacou que a Venezuela possui o melhor sistema eleitoral do mundo, com 16 auditorias e uma auditoria em tempo real de 54% das urnas.

Foto: Ricardo Stuckert

Ataques a sistemas eleitorais estrangeiros

Maduro questionou a transparência dos sistemas eleitorais de outros países: "Em que outra parte do mundo fazem isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é auditável? No Brasil? Não auditam nenhuma ata. Na Colômbia? Não auditam nenhuma ata", afirmou. No entanto, no Brasil, a auditoria é realizada ao fim das votações em todas as urnas, com a impressão de uma ata com um resumo de todos os votos registrados. Esse documento é distribuído em cinco vias, assinadas pelos fiscais dos partidos e pelo presidente da seção, permitindo conferência por civis e partidos.

Rebates a declarações de Lula

A declaração de Maduro veio após o presidente Lula ter expressado preocupação com a possibilidade de violência caso Maduro perca as eleições. "Quem perde as eleições toma um banho de votos, não de sangue", disse Lula. Maduro respondeu, sem mencionar diretamente Lula: "Quem se assustou que tome um chá de camomila". Em um comício em Caracas, Maduro reforçou a necessidade de vitória para evitar um "banho de sangue" e uma "guerra civil fratricida" na Venezuela.

Observação internacional das eleições

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil enviará dois observadores para a eleição presidencial venezuelana. Maduro busca um terceiro mandato e enfrenta como principal rival Edmundo González Urrutia. O ex-presidente argentino Alberto Fernández, que atuará como observador, expressou confiança de que Maduro respeitará os resultados: "Se [Maduro] for derrotado, o que deve fazer é aceitar, como disse [o presidente do Brasil, Luiz Inácio] Lula [da Silva]: quem ganha, ganha, e quem perde, perde".

Controvérsias no processo eleitoral

O processo eleitoral na Venezuela é marcado por polêmicas, com acusações de que o governo atual é ditatorial. O Conselho Nacional Eleitoral aceitou a participação de observadores brasileiros e de Alberto Fernández, mas barrou a participação de observadores da União Europeia.

Destaques