Ministros do G20 debatem taxação de super-ricos e emergência climática no Rio de Janeiro

Os Ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20 iniciaram hoje, no Rio de Janeiro, um encontro crucial que se estenderá até sexta-feira (26). O evento tem como pontos principais a proposta brasileira de taxação dos super-ricos e a implementação de medidas para mitigar os impactos das mudanças climáticas.

Histórico e continuidade dos encontros

Este é o terceiro encontro da trilha financeira do G20 desde que o Brasil assumiu a presidência do grupo. O primeiro ocorreu em fevereiro, em São Paulo, onde a proposta de taxação dos super-ricos foi introduzida. Em abril, um segundo encontro foi realizado em Washington, durante a reunião anual de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Eventos paralelos e iniciativas brasileiras

Simultaneamente à reunião principal, outros eventos estão ocorrendo. Especialistas globais de diversos setores discutem um modelo de Estado voltado para o desenvolvimento sustentável na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizará o pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa prioritária do Brasil durante sua presidência do G20.

Programação detalhada do evento

Após o pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terá uma reunião bilateral com a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, para discutir a economia global, a proposta de taxação dos super-ricos e a emergência climática. Às 17h, Haddad participará do painel de abertura de um evento organizado pelos Emirados Árabes Unidos sobre financiamento sustentável.

Compromissos do ministro Haddad

Na quinta-feira (25), Haddad se reunirá com a ministra das Finanças da Indonésia, Sri Mulyani, e presidirá a primeira sessão de trabalho do G20 com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. À tarde, Haddad se encontrará com Mathias Cormann, secretário-geral da OCDE, e posteriormente com Rachel Reeves, ministra das Finanças do Reino Unido. Haddad também coordenará uma sessão de trabalho sobre cooperação para tributação internacional.

Discussões sobre desenvolvimento sustentável e dívidas globais

Na sexta-feira (26), último dia do encontro, os ministros debaterão o financiamento aos mecanismos de desenvolvimento sustentável e enfrentamento das mudanças climáticas. À tarde, haverá discussões sobre o Mecanismo de Financiamento das Florestas Tropicais, seguido por uma reunião sobre a reforma dos bancos multilaterais e da dívida global. O dia terminará com uma entrevista coletiva com Fernando Haddad, Roberto Campos Neto e a embaixadora Tatiana Rosito.

Apoios e resistências à proposta brasileira

A proposta brasileira de taxação dos super-ricos tem o apoio de França, Espanha, Colômbia, União Africana e Bélgica. A África do Sul, que assumirá a presidência do G20 no próximo ano, também apoia a iniciativa. No entanto, os Estados Unidos resistem à proposta, sugerindo a existência de outros mecanismos para reduzir a desigualdade global. O encontro no Rio de Janeiro é visto como uma oportunidade para o Brasil construir um consenso e elaborar um texto que possa ser endossado por outros países até outubro.