Bolsonaro chora em culto enquanto Moraes decide sobre embargos

Na manhã desta quinta-feira (24), o ex-presidente Jair Bolsonaro foi visto participando de um culto religioso na Igreja Catedral da Bênção, localizada em Taguatinga, no Distrito Federal. Acompanhado pelo senador Magno Malta (PL-ES), Bolsonaro se emocionou durante a pregação, ajoelhou-se diante do altar e chorou copiosamente enquanto glorificava.

A visita ao templo ocorreu em um momento particularmente delicado para o ex-chefe do Executivo. Enquanto ele se dirigia ao culto, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomava uma nova decisão relacionada às medidas cautelares impostas ao ex-presidente. O julgamento envolvia embargos de declaração protocolados pela defesa de Bolsonaro, com o objetivo de esclarecer os limites de um despacho anterior que previa prisão preventiva caso suas declarações fossem replicadas por terceiros nas redes sociais.

Na decisão divulgada, Moraes afirmou que Jair Bolsonaro não está proibido de conceder entrevistas ou participar de eventos, desde que respeite os horários determinados pelas medidas judiciais que restringem sua liberdade. No entanto, reforçou que declarações ilícitas veiculadas por meio de redes sociais de terceiros, especialmente ligadas a milícias digitais e apoiadores políticos, poderiam justificar uma prisão preventiva.

“Não seria lógico e razoável permitir a utilização do mesmo ‘modus operandi’ criminoso com diversas redes sociais de terceiros”, justificou o ministro

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Desde o dia 18 de julho, Bolsonaro está impedido de deixar Brasília e precisa utilizar uma tornozeleira eletrônica para monitoramento de seus deslocamentos. Ele também está sujeito a recolhimento domiciliar entre 19h e 6h, não pode acessar redes sociais nem se aproximar de embaixadas. Diante do risco de ser detido por suposto descumprimento das regras, o ex-presidente tem evitado conceder entrevistas ou fazer declarações públicas.

O culto na Catedral da Bênção foi o primeiro evento público registrado desde a intensificação das restrições impostas pelo STF. Apesar da repercussão, Bolsonaro preferiu não responder aos questionamentos da imprensa após a cerimônia religiosa.