Prefeito acusa mineradora de negligência após barragem ter emergência elevada em Brumadinho

Estrutura da Mina do Quéias teve nível de risco aumentado; seis famílias estão na área de possível evacuação, e Prefeitura se compromete a custear saída

Por Plox

24/07/2025 17h20 - Atualizado há 11 dias

Após a elevação do nível de emergência da barragem B1-A, localizada na Mina do Quéias, em Brumadinho, o prefeito Gabriel Parreiras (PRD) fez duras críticas à mineradora responsável, Emicon Mineração e Terraplenagem, classificando sua conduta como negligente.


Imagem Foto: Reprodução /ANM


Durante entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (24), Parreiras informou que a Prefeitura está pronta para arcar com todos os custos financeiros relacionados à evacuação das famílias que vivem na zona de risco. Ele destacou que essa medida, embora assumida pela administração municipal, deveria ser de responsabilidade da empresa.


A barragem teve seu nível de emergência elevado de 1 para 2 pela Agência Nacional de Mineração (ANM) na quarta-feira (23), o que exige providências imediatas para a segurança da população. Apesar do alerta, a ANM ressaltou que não foram detectadas anomalias que indiquem risco iminente de rompimento.



“Já estivemos no local e conversamos com todas as famílias. A Prefeitura está disposta a custear qualquer necessidade financeira para que essas pessoas saiam dali com segurança. Mas é preciso lembrar que a responsabilidade é da empresa”, declarou o prefeito. Segundo ele, a principal preocupação é o estado psicológico da população de Brumadinho, que ainda carrega os traumas de desastres anteriores.


Atualmente, seis famílias vivem na área afetada. Parreiras afirmou que pretende visitá-las pessoalmente para oferecer suporte e tranquilidade. Ele também mencionou que a Defesa Civil municipal e equipes de segurança pública realizaram uma análise minuciosa da região, mapeando todos os imóveis em risco.



A Prefeitura, em conjunto com o Ministério Público e a própria ANM, está cobrando providências da mineradora. Parreiras acusou a Emicon de não apresentar documentos obrigatórios que atestem a segurança da estrutura, o que teria motivado o aumento no nível de alerta por parte da agência reguladora.


“A ANM tomou essa decisão como uma medida preventiva, principalmente por estarmos em período de estiagem, o que reduz os riscos hidrológicos. Sem os documentos da empresa, a agência não pode confirmar a estabilidade da barragem”, explicou o prefeito.


Diante da situação, o poder público municipal exige soluções rápidas e definitivas. Para Parreiras, a atuação da mineradora tem demonstrado falta de compromisso com os órgãos de controle e, sobretudo, com a população de Brumadinho.



A ANM reforça que, apesar da elevação no nível de emergência, não há indícios de rompimento iminente. A medida visa assegurar uma evacuação segura e organizada, enquanto as autoridades continuam a fiscalizar e cobrar ações da empresa responsável.


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