Bolsonaro afirma que incêndios não podem prejudicar o Brasil perante o mundo

Presidente fez pronunciamento à nação na noite desta sexta (23)

Por Plox

24/08/2019 10h54 - Atualizado há cerca de 5 anos

O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, na noite desta sexta-feira (23), para anunciar ações de combate aos incêndios e ao desmatamento na Amazônia. No começo do dia, o governo autorizou a atuação das Forças Armadas na região, medida que depende ainda de ser aceita pelos governadores dos estados atingidos. O presidente afirmou que incêndios florestais ocorrem em outras partes do mundo em mesma escala e não podem gerar sanções internacionais ao Brasil. 

"Incêndios florestais existem em todo o mundo. Isso não pode ser pretexto para possíveis sanções internacionais. O Brasil continuará sendo, como foi até hoje, um país amigo de todos e responsável pela proteção de sua Floresta Amazônica", disse.  
 
Bolsonaro disse que as queimadas das últimas semanas estão dentro da média nacional dos últimos 15 anos, mas prometeu que o governo não está satisfeito e vai atuar para conter os focos do fogo. "Estamos em uma estação tradicionalmente quente, seca e de ventos fortes, e que todos os anos, infelizmente, ocorrem queimadas na região amazônica. Nos anos mais chuvosos, as queimadas são menos intensas. Em anos mais quentes, como neste, 2019, elas ocorrem com maior frequência. De todo modo, mesmo que as queimadas deste ano não estejam fora da média dos últimos 15 anos, não estamos satisfeitos com o que estamos assistindo. Vamos atuar fortemente para controlar os incêndios na Amazônia", argumentou o presidente em pouco mais de 4 minutos de pronunciamento à nação.

Divulgação

Bolsonaro disse que seu governo tem compromisso no combate à criminalidade, inclusive na área ambiental, e destacou o apoio oferecido aos estados da Amazônia Legal. "Somos um governo com tolerância zero contra a criminalidade, e na área ambiental não será diferente. Por essa razão, oferecemos ajuda a todos os estados da Amazônia Legal. Com relação àqueles que a aceitarem, autorizarei operação de garantia da lei e da ordem, uma verdadeira GLO [Garantia de Lei e da Ordem] ambiental. O emprego extensivo de pessoal e equipamentos das Forças Armadas, auxiliares e outras agências, permitirá não apenas combater as atividades ilegais, como também conter o avanço de queimadas na região". 

O decreto de GLO, que autoriza o uso das Forças Armadas, vale para regiões de fronteira, terras indígenas, unidades federais de conservação ambiental e outras áreas da Amazônia Legal.  Governadores de Roraima e Rondônia foram os primeiros a solicitar ação dos militares federais em seus territórios. 

‘Exemplo para o mundo’

No pronunciamento, Bolsonaro disse ainda que o problema precisa ser tratado com "serenidade", sem paixões político partidárias e voltou a criticar manifestações dentro e fora do Brasil que, de acordo com o presidente, espalharam informações equivocadas e sem nenhum respaldo técnico consonante com a realidade. "Espalhar dados e mensagens infundadas, dentro e fora do Brasil, não contribui para resolver o problema e se prestam apenas ao uso político e à desinformação". O Brasil é exemplo de sustentabilidade. Conserva mais de 60% de sua vegetação nativa, possui uma lei ambiental moderna, um Código Florestal que deveria servir de modelo para o mundo. Temos uma matriz energética limpa, renovável e com ela estamos dando grande contribuição ao planeta. Diversos países desenvolvidos, por outro lado, ainda não conseguiram avançar com seus compromissos no âmbito do Acordo de Paris", acrescentou. 

Bolsonaro confirmou ainda a participação brasileira no G7, marcada para este fim de semana onde os líderes envolvidos irão discutir problemas ambientais no Brasil e ao redor do mundo. Fazem parte do G7 EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão.
 
 

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