Cabeleireira do Rio espera cirurgia há 1 ano após prótese quebrar
Paciente de 36 anos vive com dores intensas e sem conseguir andar desde que endoprótese no joelho quebrou; cirurgia depende do Into
Por Plox
24/08/2025 15h54 - Atualizado há 3 dias
A cabeleireira Flávia Vanessa Oliveira da Silva, de 36 anos, enfrenta uma espera angustiante há mais de um ano por uma cirurgia ortopédica no joelho direito, no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), localizado na Região Portuária do Rio de Janeiro.

Após ser diagnosticada com um tumor de célula gigante na tíbia há três anos, Flávia passou por uma cirurgia para remoção do osso e recebeu uma endoprótese. A peça, que deveria durar entre 5 e 10 anos, acabou quebrando em apenas dois anos e meio. Desde então, ela está impossibilitada de andar e precisa tomar medicamentos diariamente para suportar as dores.
“Desde agosto do ano passado, quando fui ao hospital e me colocaram na fila, não houve nenhum avanço. Vivo com dores insuportáveis e não posso apoiar a perna. Os médicos dizem que posso ter fratura exposta ou rompimento de vaso se me movimentar”, relata Flávia, que mora em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio.
Mãe de três filhos adolescentes, ela precisa de auxílio até para as tarefas mais simples do dia a dia. “Não consigo lavar louça, varrer ou forrar a cama. Só me levanto para ir ao banheiro. Antes, trabalhava fora, tinha meu salão. Hoje, dependo totalmente de outras pessoas.”
Segundo ela, o hospital chegou a prometer o procedimento durante o carnaval deste ano, mas alegou falta de sangue no estoque como motivo para o adiamento. A promessa de atendimento, no entanto, ainda não se concretizou.
Além do sofrimento físico, Flávia lida com consequências emocionais graves. Ela faz acompanhamento psicológico, usa antidepressivos e sofre crises de pânico. “Tenho 36 anos, sou nova. Só quero ajuda para voltar a viver”, desabafa.
O caso de Flávia não é isolado. Dados do Into de 2022 apontam que mais de 7,6 mil pacientes aguardavam por cirurgias ortopédicas na unidade, alguns deles há mais de três anos. Atualmente, o hospital não informa com clareza quantas pessoas estão na fila.
Em nota, o Into, que é administrado pelo Ministério da Saúde, afirmou que Flávia “será comunicada pelas equipes do instituto à medida que concluir as etapas de preparação cirúrgica e estiver apta para a realização do procedimento”. O órgão, porém, não forneceu uma data específica e negou a falta de insumos ou recursos para as cirurgias.