Vereador do Rio repudia fala de Lula sobre homem negro

Rafael Satiê afirmou que declaração do presidente foi discriminatória e anunciou moção de repúdio na Câmara Municipal

Por Plox

24/08/2025 11h13 - Atualizado há 3 dias

O vereador Rafael Satiê (PL), que preside a Comissão de Combate ao Racismo da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, se posicionou neste sábado (23) contra uma declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


Imagem Foto:  Eduardo Barreto/CMRJ // Ricardo Stucker/PR


Durante um evento realizado em Sorocaba, no interior paulista, na última quinta-feira (21), o chefe do Executivo comentou sobre uma imagem preparada para uma campanha governamental. Segundo Lula, a fotografia mostrava um homem negro, alto, sorrindo sem dentes, ao lado de uma mulher branca, loira, com traços europeus. O presidente afirmou ter questionado seu ministro sobre o uso dessa foto em uma publicação que seria enviada para um evento do agronegócio na Alemanha.



Na ocasião, Lula disse:
\"Eu chamei o ministro e perguntei: ‘Escuta aqui: por que você colocou essa fotografia desse senhor negro sem dente? Você acha isso bonito? Isso é fotografia para você colocar representando o Brasil no exterior? Um cara sem dente e ainda negro?’\"

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A fala repercutiu e foi considerada ofensiva por diversos setores. Entre eles, o vereador Rafael Satiê, que declarou em nota pública que as palavras do presidente são discriminatórias e inadmissíveis contra trabalhadores negros e humildes.



O parlamentar informou ainda que vai protocolar na Câmara Municipal uma Moção de Repúdio em resposta à declaração. Segundo ele, a medida tem como objetivo reafirmar o compromisso da comissão com a dignidade e o respeito de todos os cidadãos.


\"Diante da gravidade do ocorrido, informo que estarei protocolando na Câmara Municipal do Rio de Janeiro uma Moção de Repúdio às falas do presidente, reafirmando o compromisso desta Comissão com a defesa da dignidade e do respeito a todos\", disse o vereador em comunicado.



O episódio ganhou destaque nacional e reacendeu o debate sobre racismo estrutural e representatividade em campanhas oficiais.


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