Haddad critica tarifas dos EUA e diz que decisão foi equivocada

Ministro afirmou que sobretaxação sobre produtos brasileiros gerou prejuízos econômicos e políticos, além de encarecer exportações para os norte-americanos

Por Plox

24/09/2025 08h17 - Atualizado há 3 dias

Durante participação no Congresso de Direito Tributário do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), ao lado do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou a decisão do governo norte-americano de aplicar tarifas extras sobre o Brasil.


Imagem Foto: Ministério da Fazenda


Ele lembrou que, ainda em maio, havia conversado com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, destacando que era a primeira vez que via uma região com déficit comercial frente aos norte-americanos, como é o caso da América do Sul, ser alvo de taxação. Inicialmente, a sobretaxa foi de 10%.


Pouco tempo depois, segundo Haddad, o então presidente Donald Trump ampliou em mais 40% as tarifas sobre os produtos brasileiros.
\"Agora eles estão escolhendo os frutos dessa decisão, pagando caro o café, pagando caro a carne, pagando caro os produtos brasileiros\"

, afirmou o ministro.


Ele classificou a medida como uma escolha equivocada não apenas do ponto de vista político, mas também econômico, afirmando que a decisão “não se sustenta”. O ministro também comentou sobre o encontro realizado em Nova York entre Lula e Trump, durante a abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, ressaltando que a aproximação pode abrir espaço para novos diálogos sobre integração econômica, investimentos e parcerias.


Haddad ainda destacou que a reforma tributária no Brasil veio “em boa hora”, funcionando como uma preparação para enfrentar as novas barreiras comerciais impostas pelos norte-americanos. Para ele, o país está apto a dialogar de igual para igual com grandes potências, citando as boas relações com países asiáticos, a possibilidade de um novo acordo entre União Europeia e Mercosul, além da retomada da cooperação com países africanos.



O ministro disse também que, antes das tarifas, Brasil e EUA estavam em tratativas para alinhar investimentos estratégicos na transformação ecológica, projeto interrompido após a sobretaxação. “Isso tem que ser resgatado, mas acredito que as iniciativas brasileiras vão aproximar novamente os dois países”, concluiu Haddad.


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