Passeios de barco gratuitos voltarão à Lagoa da Pampulha em dezembro
Projeto cultural retoma navegação turística em Belo Horizonte após mais de 50 anos, com investimento milionário em saneamento e revitalização
Por Plox
24/09/2025 15h52 - Atualizado há 3 dias
A Lagoa da Pampulha, um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte, voltará a receber passeios turísticos de barco a partir de dezembro. A iniciativa, com caráter cultural e ambiental, marca o retorno da navegação após mais de cinco décadas de interrupção.

O catamarã, com capacidade para 80 pessoas, realizará três saídas diárias entre dezembro e março, com ingressos gratuitos disponibilizados online. O projeto, aprovado pela Marinha, Iphan, Iepha-MG e Prefeitura de BH, conta com patrocínio da Porta Ásia e apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo.
A proposta visa integrar os principais pontos turísticos do Conjunto Moderno da Pampulha, como a Igreja de São Francisco de Assis, o Museu de Arte da Pampulha, a Casa do Baile e o Iate Tênis Clube, oferecendo uma nova perspectiva da paisagem local aos visitantes.
O retorno da navegação só foi possível graças a investimentos superiores a R$ 20 milhões em obras de saneamento em Belo Horizonte e Contagem. Foram implantadas 740 novas ligações de esgoto, com 270 destinadas à comunidade Guarani Kaiowá, além da construção de mais de 11 km de redes coletoras.
As melhorias incluem ainda a revitalização de duas estações de bombeamento e mais de 2 km de pavimentação asfáltica, ampliando acessibilidade e conforto para moradores e turistas. O investimento foi realizado pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
A qualidade da água da Lagoa da Pampulha evoluiu significativamente, segundo a Copasa e a Secretaria Municipal de Obras. Monitoramentos em 27 pontos do reservatório apontam que 86% das amostras registraram níveis entre “aceitável” e “ótimo”, de acordo com o Índice de Qualidade das Águas (IQA).
Tiago Miranda, gestor da Copasa, afirmou que o Programa Reviva Pampulha garantiu avanços consistentes no controle da poluição desde 2016. “A Copasa mantém um monitoramento rigoroso e os dados das coletas trimestrais refletem essa evolução”, declarou.
A secretária Bárbara Botega explicou que a iniciativa, além de cultural, visa movimentar o turismo em Belo Horizonte, especialmente durante o mês de janeiro, quando há menor fluxo de visitantes. A construção do deck de embarque está sendo alinhada com órgãos de preservação patrimonial.
O governo estadual também anunciou que a meta é transformar o passeio de barco em uma atração permanente, respeitando as normas ambientais e de segurança. “A lagoa deixou de ser um mito e hoje é realidade. O catamarã permitirá conhecer nosso patrimônio com conforto e segurança”, destacou o vice-governador Mateus Simões.
O projeto integra o Programa Reviva Pampulha, que prevê investimentos de R$ 150 milhões até 2028, incluindo ampliação da rede de esgoto, infraestrutura urbana e ações de educação ambiental. A estimativa é concluir os 12 km de novas redes em até dois anos.
Durante as obras, moradores poderão enfrentar transtornos momentâneos, mas o governo garantiu a recuperação das vias afetadas. A Copasa seguirá com o monitoramento contínuo da lagoa, assegurando a qualidade da água, manejo de resíduos e prevenção à poluição futura.
“O esforço em saneamento e revitalização garante não só turismo e lazer, mas também a preservação ambiental e a conscientização da população”, afirmou o governador de Minas Gerais.
Com a retomada dos passeios, a Lagoa da Pampulha se consolida como um símbolo da recuperação ambiental e da valorização cultural de Belo Horizonte.