Uma série de manifestações organizadas pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) teve início nesta quarta-feira (24) na região metropolitana de Belo Horizonte, com o objetivo de barrar o novo projeto do governo estadual que visa à terceirização de serviços essenciais nas escolas públicas.
Foto: Divulgação A proposta, apresentada pelo secretário de Estado da Educação, Rossieli Soares, durante uma audiência realizada no Colégio Tiradentes, gerou forte reação por parte da categoria. No mesmo local, educadores e trabalhadores da educação se reuniram em protesto, enquanto o plano era oficialmente divulgado. A mobilização deve continuar ao longo da semana e, na sexta-feira (26), será a vez da Região Norte de Minas, com concentração prevista para as 13h na 22ª Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Montes Claros, onde o governo também realizará atividades.
A principal crítica do Sind-UTE/MG está voltada à substituição de trabalhadores da educação básica por empresas privadas, que passariam a ser responsáveis por serviços como merenda escolar, limpeza e manutenção. A coordenadora de Comunicação do sindicato, Marcelle Amador, alertou que mais de 30 mil profissionais podem ter seus empregos ameaçados, caso o projeto seja implementado.
“O projeto do governo Zema ameaça os empregos de mais de 30 mil auxiliares da educação básica em todo o estado. Trata-se de transferir uma atividade escolar fundamental e de vital importância para a iniciativa privada, através de processos de privatização e terceirização”, afirmou.
Segundo o sindicato, a medida representa não apenas uma ameaça aos empregos, mas também uma deterioração das condições de trabalho e da qualidade dos serviços prestados nas escolas públicas. “Com isso, os serviços de merenda escolar, limpeza e manutenção serão transferidos a estas empresas, precarizando as condições de trabalho com redução de salários e aumento da carga horária. O projeto também compromete a qualidade dos serviços oferecidos aos estudantes das escolas estaduais”, completou Marcelle.
A sindicalista também relembrou tentativas anteriores do governo Zema de alterar a estrutura da educação pública. Ela citou o Projeto Somar, que propunha a entrega da gestão escolar para organizações da sociedade civil, além da tentativa de municipalização e da proposta de militarização das unidades de ensino. Para Marcelle, o atual projeto representa mais uma etapa nesse processo:
“Agora, tenta fragmentar as escolas e privatizar por serviços, numa clara tentativa de prejudicar as auxiliares de serviços básicos e as escolas públicas”
As mobilizações seguem ganhando força com o apoio da base sindical e prometem se intensificar caso o governo mineiro mantenha o avanço do projeto.