Homem em Ruanda vive isolado por 55 anos devido à ginofobia

Aos 16 anos, Callixte Nzamwita começou uma vida de reclusão em um quarto de sua casa em Ruanda, evitando qualquer contato com mulheres. Diagnosticado com ginofobia, o temor ou aversão intensa de se aproximar de uma mulher ou de manter relações sexuais com ela motivou sua decisão.

Em entrevista concedida à Afrimax TV e disponível no YouTube, Nzamwita relata medidas extremas para garantir sua reclusão, incluindo a construção de uma cerca de quase cinco metros em volta de sua casa. Ele comenta: “A maneira como vivo é suficiente para mim. Eu não queria ter uma mulher e estou bem com isso. Não quero mulheres perto de mim porque elas me deixam com muito medo”.

Moradores locais tentaram ajudar, mas a reclusão de Nzamwita é tão profunda que a interação é minimizada. Um vizinho, que preferiu não ser identificado, afirma: “Nós lhe damos coisas, atirando para dentro de sua casa”.

Ginofobia: entendendo o medo

O Instituto de Psicologia Aplicada de Brasília esclarece que a ginofobia é caracterizada por um medo ou aversão intensa às mulheres. Homens com essa condição muitas vezes evitam mulheres, possivelmente por conta de traumas do passado, como abusos cometidos por figuras femininas. Genética, fatores ambientais e históricos familiares de transtornos de ansiedade podem estar relacionados ao surgimento da condição.

Alguns especialistas afirmam que o termo ginofobia surgiu para descrever o medo de homens serem humilhados por mulheres, porém é importante notar que os medos associados às fobias são desproporcionais e sem uma base concreta de perigo real. Existem outros termos relacionados, como misoginia, que é a aversão ou ódio às mulheres. Por outro lado, a androfobia refere-se ao medo ou aversão aos homens.

A origem da ginofobia e da misoginia pode estar ligada à formação das sociedades, conforme algumas pesquisas apontam.