AGU exige indenização de R$ 15 milhões por tentativa de atentado em Brasília

A Advocacia-Geral da União (AGU) iniciou um processo judicial ontem, quinta-feira (23) para exigir uma indenização de R$ 15 milhões dos condenados por uma tentativa de ataque terrorista ocorrida em 24 de dezembro de 2022. O incidente, que envolveu um caminhão-tanque carregado com querosene de aviação nas proximidades do aeroporto de Brasília, foi um ato perpetrado por seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após as eleições de 2022. O objetivo era gerar um clima propício para uma intervenção militar, evitando assim que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumisse seu terceiro mandato presidencial

Condenações e Contexto

Em maio, George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues foram condenados, respectivamente, a nove anos e quatro meses e a cinco anos e quatro meses de prisão, por crimes que incluíam explosão, incêndio e posse ilegal de arma de fogo. Wellington Macedo de Souza, blogueiro e ex-assessor no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, foi condenado a seis anos de prisão em agosto por colocar em risco a integridade física da população com o uso de explosivos. Após nove meses foragido, foi preso em setembro no Paraguai, em uma operação conjunta entre a Polícia Nacional Paraguaia e a Polícia Federal do Brasil.

Detalhes do Atentado Fracassado

Na véspera de Natal, a bomba foi colocada em um caminhão-tanque estacionado próximo ao aeroporto. Apesar de ter sido acionada, o dispositivo falhou e a Polícia Militar conseguiu desarmar o artefato a tempo. A ação da AGU na Justiça Federal do Distrito Federal se baseia em evidências das investigações criminais e do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do dia 8 de janeiro. Argumenta-se que os condenados, além de ameaçarem vidas, buscavam abalar a democracia brasileira.

Antecedentes dos Envolvidos

Os responsáveis pelo planejamento do ataque eram frequentadores do acampamento em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, onde se manifestavam a favor de uma intervenção militar para impedir a posse de Lula. Eles também participaram da tentativa de invasão à sede da Polícia Federal em 12 de outubro, um evento que resultou em vandalismo no centro de Brasília.