Política

Alexandre Silveira condiciona candidatura em 2026 a decisão de Lula em Minas

Ministro de Minas e Energia afirma em BH que ainda não definiu se disputará governo de Minas ou Senado em 2026 e diz que escolha dependerá de Lula, em meio a impasse do PT após recuo de Rodrigo Pacheco

24/11/2025 às 14:20 por Redação Plox

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta segunda-feira (24/11), em Belo Horizonte, que ainda não sabe se será candidato por Minas Gerais nas eleições de 2026. A declaração foi dada após o recuo do senador Rodrigo Pacheco, que indicou que não deve disputar o governo mineiro no próximo ano.

Silveira participou, na capital mineira, das primeiras entregas de gás de um programa do governo federal.

Em BH, Silveira acompanhou as primeiras distribuições de gás de um programa do governo federal

Em BH, Silveira acompanhou as primeiras distribuições de gás de um programa do governo federal

Foto: Ricardo Botelho/MME


O ministro é citado desde o início do ano como possível nome ao governo de Minas, em caso de desistência de Pacheco, ou a uma vaga no Senado — cargo ao qual concorreu na última eleição. A discussão ganhou novo fôlego após a decisão do presidente do Senado de sair da disputa.

Imbróglio no PSD e prazo eleitoral

A movimentação em torno do nome de Silveira esbarra também na composição interna do PSD, partido ao qual é filiado e no qual ocupa o posto de secretário-geral da Executiva Nacional. A sigla filiou, no mês passado, o vice-governador e pré-candidato ao governo Mateus Simões, que faz oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Silveira declarou que ainda não decidiu se deixará o ministério em abril para disputar um cargo eletivo em Minas. Esse é o prazo legal para desincompatibilização de ocupantes de funções públicas que pretendem concorrer nas eleições de 2026, quando estarão em jogo os cargos de presidente, dois senadores, deputados federais e estaduais e governador.

Depende do presidente Lula, ele vai decidir que onde a gente serve melhor, se é ajudando ele ainda no ministério, se é ajudando dando ele como candidato a senador, se é ajudando ele em que posição for

Alexandre Silveira

O ministro já havia sinalizado anteriormente que pretende atuar na posição que for definida pelo presidente. Ele reforçou que a prioridade, neste momento, é a condução da política energética e o impacto da pasta de Minas e Energia no desenvolvimento econômico do país.

Foco em economia agora, política depois

Silveira destacou que a discussão eleitoral deve ficar para mais adiante e reforçou a agenda econômica do governo. Segundo ele, o debate atual passa pela “economia nacional” e pelo papel estratégico do ministério no crescimento do Brasil.

Ele afirmou ainda que, a partir de março, deve seguir orientação do presidente Lula para tratar de política partidária em Minas e no cenário nacional, ressaltando ter um compromisso com o país e com o governo federal.

Dilema do PT em Minas após recuo de Pacheco

Com a saída de Rodrigo Pacheco da disputa ao governo de Minas, o PT passa a ter poucas alternativas competitivas para a eleição estadual do ano que vem. Pacheco era o nome preferido do presidente Lula e acompanhou o petista em diversas agendas no Estado ao longo de 2025, ocasiões em que foi pressionado por Lula e por ministros a entrar na corrida pelo Palácio Tiradentes.

Sem o senador, o partido avalia apoiar o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PDT), que já lançou sua pré-candidatura e afirma querer representar o campo de centro. Ele deve se reunir nesta semana com a direção nacional do PT para discutir um possível alinhamento.

Outra possibilidade em estudo é lançar um nome próprio petista ao governo, mesmo diante da avaliação interna de que, hoje, nenhum quadro do partido teria chances reais de vitória em Minas. Nesse cenário, a candidatura seria tratada como um “sacrifício”, voltada mais à manutenção de palanques regionais e à defesa do projeto nacional do partido do que à expectativa de vitória no Estado.

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