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Política
Zema defende privatização da Copasa e promete que tarifas não vão subir
Governador usa redes sociais para vincular venda da estatal ao pacote Propag, cita experiência da Sabesp e garante manutenção da Tarifa Social e investimentos, em meio a resistência na Assembleia de Minas
24/11/2025 às 22:42por Redação Plox
24/11/2025 às 22:42
— por Redação Plox
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O governador Romeu Zema (Novo) foi às redes sociais para defender a privatização da Copasa e apresentar uma lista de promessas para o período pós-venda da companhia de saneamento de Minas Gerais. A proposta integra o chamado “Pacote Propag”, conjunto de projetos enviados pelo Executivo à Assembleia Legislativa para permitir a adesão do Estado ao programa federal de renegociação de dívidas com a União.
Assembleia Legislativa de Minas Gerais discute projetos de privatização de empresas estatais da gestão Zema
Foto: (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Até então, o vice-governador Mateus Simões (PSD) vinha atuando como principal porta-voz do governo nessa agenda. Agora, Zema assumiu a linha de frente e respondeu a uma “caixinha de perguntas” em suas redes sociais, buscando rebater críticas e dúvidas sobre tarifas, impacto para famílias de baixa renda, qualidade do serviço e motivos da privatização.
Governador promete tarifa ‘justa’ e sem aumento
Na ofensiva digital, Zema afirmou que as tarifas de água e esgoto não subirão com a privatização da Copasa. Ele recorreu ao exemplo de São Paulo, onde a Sabesp passou por privatização em 2024, para sustentar o discurso de que seria possível reduzir preços mantendo a sustentabilidade do serviço.
Segundo ele, a experiência paulista mostra uma queda de 10% na tarifa média após a privatização da Sabesp. De acordo com dados do Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento, a empresa reduziu, logo depois da operação, 1% na tarifa residencial, 10% nas tarifas residenciais social e vulnerável, e 0,5% nas demais tarifas. A entidade, no entanto, ressalta que as reduções atingiram apenas algumas classes de consumidores e vieram após um período de reajustes acima da inflação.
Em Minas, Zema enfatizou que a regulação continuará sob responsabilidade da Arsae, agência estadual que, segundo ele, seguirá definindo preços e terá poder de veto para impedir abusos na cobrança.
Tarifa Social e investimentos em áreas vulneráveis
O governador também recorreu ao caso da Sabesp para argumentar que famílias de baixa renda não seriam prejudicadas com a privatização. Ele mencionou que, em São Paulo, o número de beneficiários da Tarifa Social teria dobrado em um ano, e disse que pretende replicar esse modelo em Minas Gerais.
Zema afirmou que o futuro contrato de concessão da Copasa incluirá metas específicas de investimentos em municípios pequenos e em regiões mais precárias, com foco na ampliação do acesso ao saneamento básico para populações vulneráveis.
Lucro x qualidade do serviço
Ao responder críticas de que empresas privadas priorizam o lucro em detrimento da qualidade, Zema classificou essa percepção como equivocada. Ele associou o bom desempenho dos serviços a contratos estruturados com metas claras e mecanismos de fiscalização e punição, dentro do arcabouço regulatório do novo Marco do Saneamento.
O governador afirmou que o contrato a ser firmado em Minas deverá prever investimentos para universalizar a coleta e o tratamento de esgoto até 2033, em linha com as metas estabelecidas em nível nacional para o setor.
Empresa lucrativa e justificativa para a venda
Ao ser questionado sobre o fato de a Copasa ser uma empresa lucrativa, Zema admitiu que a estatal dá lucro, mas atribuiu esse desempenho ao seu governo. Ele argumentou que não seria possível garantir que futuros governos manteriam a mesma disciplina de gestão e defendeu que a privatização é o caminho para assegurar maior volume de investimentos e expansão da companhia.
Relatórios da própria Copasa ao mercado, porém, mostram que a empresa registra lucros crescentes desde 2016, ainda no governo de Fernando Pimentel (PT). O último prejuízo foi contabilizado em 2015, na casa de R$ 11 milhões. Antes disso, a estatal também já vinha acumulando resultados positivos.
O debate sobre a privatização da Copasa, uma das pautas centrais do governo Zema, segue em curso na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, com resistência de parte da oposição e questionamentos sobre impactos tarifários, qualidade do serviço e papel do Estado no setor de saneamento.
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