Banqueiros e autoridades em Brasília relataram à colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, que integrantes da Polícia Federal (PF) teriam dito que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes procurou a cúpula da corporação para se informar sobre o andamento de investigações relacionadas ao Banco Master.
Segundo esses relatos, o assunto teria sido levado pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teria orientado o chefe da corporação a fazer “o que for necessário” para atender ao ministro.
Ministro Alexandre de Moraes
Foto: Rosinei Coutinho/STF
À mesma coluna, o diretor-geral da PF negou ter mantido qualquer conversa com Moraes especificamente sobre o Banco Master. Ele reconheceu que dialoga com frequência com o ministro por causa de inquéritos sob relatoria de Moraes no STF, mas afirmou que o tema do banco nunca foi tratado nem com o magistrado nem com o presidente Lula.
Eu já ouvi isso por aí, mas é mentira. O ministro Alexandre de Moraes nunca falou comigo sobre esse assunto
diretor-geral da PF
Como já noticiado pelo Pleno.News, as mesmas fontes que atribuem a Moraes pressão sobre a Polícia Federal relatam ainda que o ministro teria recorrido ao presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, no período em que era analisada a tentativa de venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB). Esses relatos foram divulgados pela colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.
O Banco Master mantinha um contrato milionário com o escritório de advocacia de Viviane Barci, esposa do ministro. O acordo previa pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões, podendo chegar a R$ 129 milhões ao longo da vigência do contrato, ligando diretamente interesses privados relevantes ao entorno familiar de Alexandre de Moraes.
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, Moraes teria feito seis ligações em um único dia para Gabriel Galípolo, com o objetivo de acompanhar a operação de venda envolvendo o Master e o BRB.
Em notas divulgadas nesta terça-feira (23), o ministro negou ter tratado do assunto com o presidente do BC. Os comunicados, porém, foram apontados como contendo diversas incongruências e não afastaram as dúvidas em torno do caso, mantendo o episódio sob intensa repercussão pública.
