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Saída de Fabinho Soldado amplia incerteza no Corinthians às vésperas de 2026
Demissão do diretor executivo paralisa negociações, preocupa Dorival Júnior, afeta renovações de Angileri, Romero e Talles Magno e expõe dificuldade financeira do clube para achar substituto
24/12/2025 às 10:27por Redação Plox
24/12/2025 às 10:27
— por Redação Plox
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O clima de festa e euforia pela conquista da Copa do Brasil deu lugar a um cenário de incerteza no Corinthians após a saída do diretor executivo de futebol Fabinho Soldado, oficializada na noite de terça-feira. A decisão impacta diretamente diferentes frentes do departamento de futebol alvinegro e abre um período de indefinição às vésperas da temporada 2026.
A principal consequência imediata está na montagem do elenco para 2026, envolvendo chegadas, saídas e renovações de contrato. Fabinho era o responsável por comandar as negociações com o estafe de jogadores em fim de vínculo e de atletas que podem retornar de empréstimo, além de ser o interlocutor central nas tratativas por reforços.
Internamente, ele mantinha reuniões frequentes com a comissão técnica de Dorival Júnior e com o gerente de análise de mercado, Renan Bloise, seu braço-direito no mapeamento de alvos. Externamente, articulava com empresários e dirigentes de outros clubes para monitorar oportunidades no mercado da bola.
Fabinho Soldado deixa Corinthians após título da Copa do Brasil.
Foto: Reprodução / Corinthians.
Negociações paralisadas e futuro de contratos
Com a saída repentina, as conversas relacionadas a transferências tendem a ficar temporariamente congeladas. Em oito dias se encerram os contratos do lateral-esquerdo Fabrizio Angileri e dos atacantes Ángel Romero e Talles Magno. O argentino vinha negociando há meses para permanecer no clube, mas sem acordo até o momento, enquanto Romero e Talles não estão nos planos para a próxima temporada.
Maycon é uma exceção neste cenário. O Corinthians já chegou a um acordo com o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, para adquirir o volante em definitivo, garantindo a permanência de uma peça-chave do elenco para 2026.
Repercussão no elenco e relação com Memphis Depay
Fabinho Soldado era bastante respeitado e querido pelos jogadores. Durante a festa do título da Copa do Brasil, na Neo Química Arena, o elenco fez questão de destacar o dirigente. No trio elétrico, o meia Rodrigo Garro chamou Fabinho ao microfone para mandar um recado à torcida, e o zagueiro Gustavo Henrique puxou o coro de “fica, Soldado”, acompanhado por torcedores em Itaquera.
Memphis Depay, que já havia defendido publicamente o trabalho do diretor em entrevistas recentes, voltou a exaltá-lo no vestiário do Maracanã logo após a final contra o Vasco. Na ocasião, o atacante holandês afirmou que o executivo era alvo de pressão política no Parque São Jorge. A relação entre os dois é próxima: Fabinho foi o responsável por conduzir as negociações para levar o jogador ao Corinthians em 2024, chegando a viajar à Holanda para selar o acordo, e desde então eles estreitaram laços.
No retorno do elenco, marcado para 3 de janeiro, a cúpula do clube deve se reunir com os jogadores para explicar as mudanças no comando do futebol e os próximos passos. Além dos atletas, o técnico Dorival Júnior também mantinha relação estreita com Fabinho e costumava elogiar seu trabalho. O treinador já havia demonstrado incômodo com a pressão política sobre o dirigente. Dorival tem contrato com o Corinthians até o fim de 2026.
Mercado aquecido para Fabinho e busca por substituto
Nos últimos meses, Fabinho Soldado passou a ser valorizado no mercado e recebeu sondagens de outros clubes brasileiros. O Internacional foi um dos que demonstraram interesse em contar com o dirigente.
Mesmo antes de oficializar a saída, o Corinthians já havia traçado o perfil do novo diretor executivo de futebol e iniciado consultas a profissionais. Interlocutores do presidente Osmar Stabile sondaram, nas últimas semanas, três nomes de peso no mercado:
Alessandro Brito, diretor de gestão esportiva do Botafogo; Thiago Scuro, diretor geral do Monaco; e Paulo Pelaipe, antes de ele acertar com o Grêmio no início deste mês.
Nenhuma negociação avançou, em parte pela indefinição sobre o futuro de Fabinho e também por questões financeiras. O clube avaliou que os profissionais consultados recebem salários acima do que o Corinthians está disposto a pagar. Brito, por exemplo, renovou recentemente com o Botafogo até 2029, enquanto Thiago Scuro projeta seguir em ascensão no futebol europeu.
O Corinthians procura um dirigente atualizado, experiente no mercado brasileiro e com sólida formação jurídica e administrativa, capaz de negociar com eficiência e transitar bem em diferentes frentes do futebol profissional.