Câmera flagra pastor seguindo adolescente antes de assassinato em Minas Gerais

Uma câmera de segurança registrou o momento em que o pastor João das Graças Pachola, de 54 anos, teria seguido, de dentro do carro, a adolescente Stefany Vitória Teixeira Ferreira, de 13 anos, pouco antes do desaparecimento dela. A filmagem é do dia 9 de fevereiro, domingo, mesma data em que a vítima desapareceu após sair de casa em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte. Segundo as investigações, Stefany foi morta no mesmo dia.

Imagens mostram o carro do suspeito

O vídeo capturado por câmeras de segurança mostra um veículo descendo a rua. Poucos minutos depois, Stefany, vestindo blusa branca e shorts preto, passa a pé pelo mesmo local. Em seguida, o suposto carro do pastor volta a descer a rua.

As imagens não registram o momento em que a adolescente foi colocada dentro do automóvel, mas reforçam a suspeita de que ela tenha sido perseguida antes do crime. Stefany estava a caminho da casa de uma amiga, mas nunca chegou ao destino.

O carro filmado tem as mesmas características do veículo descrito pela Polícia Civil de Minas Gerais durante coletiva de imprensa. O automóvel era cinza e tinha a parte traseira danificada.

Crime e localização do corpo

O corpo de Stefany Vitória foi encontrado dois dias depois, na terça-feira (11 de fevereiro), em estado de decomposição. Ele estava abandonado em um monte de orações, localizado na divisa entre Esmeraldas e Ribeirão das Neves.

O próprio pastor indicou o local, após ser preso na casa da mãe, em Contagem, onde confessou o homicídio.

Segundo a delegada Ingrid Estevam, da Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida, a mãe de Stefany procurou a polícia por volta das 11h do domingo (9/2) para relatar o desaparecimento da filha.

Enquanto a denúncia era registrada, a polícia recebeu outra informação: uma testemunha afirmou ter visto uma "mulher" pulando de um carro na estrada da Lagoa do Tijuco, nas proximidades da casa do pastor, no Bairro Metropolitano, em Ribeirão das Neves.

A testemunha relatou ainda que o motorista, identificado depois como o pastor, saiu do carro e, com violência, colocou a vítima de volta no automóvel, seguindo pela BR-040, sentido Belo Horizonte. A polícia foi informada sobre o modelo e a placa do veículo.

Investigação e confissão do pastor

Testemunhas contaram à polícia que o pastor sempre demonstrava interesse por meninas mais novas. Segundo uma amiga de Stefany, ele "não tirava o olho" das adolescentes.

A delegada relatou que, após sequestrar Stefany, o pastor tentou levá-la para uma área isolada na lagoa, mas desistiu ao perceber que poderia ser visto.

"Depois de pegar Stefany, tentar entrar com ela na área da lagoa e perceber que não passaria despercebido, ele deu ré e seguiu para outro local, onde encontramos o corpo, conhecido como monte de oração. Até o momento, tudo indica que ele agiu sozinho. Não há nenhuma linha investigativa que sugira a participação de outra pessoa", afirmou Ingrid Estevam.

Durante o interrogatório, João das Graças alegou que matou a adolescente após levar um tapa no rosto. Ele confessou ter estrangulado Stefany e depois levado o corpo para o local onde foi encontrado.

O pastor nega ter abusado sexualmente da vítima, mas exames do Instituto Médico-Legal (IML) ainda vão determinar se houve violência sexual antes do homicídio.