Menino esquecido em van escolar morreu de desidratação, conclui Polícia
Perícia confirma causa da morte por calor extremo
Por Plox
25/03/2024 08h31 - Atualizado há cerca de 1 ano
Um laudo pericial da Polícia Técnico-Científica de São Paulo revelou que a morte de um menino de 2 anos, esquecido por sete horas dentro de uma van escolar sob um calor de 37ºC, foi causada por desidratação. O trágico evento ocorreu na Zona Norte da cidade em 14 de novembro de 2023. O pequeno Apollo Gabriel Rodrigues também sofria de pneumonia aguda, uma condição que, segundo os peritos, pode ter agravado sua situação.

Na manhã do dia do incidente, Apollo deveria ter sido entregue ao Centro de Educação Infantil Caminhar. Contudo, foi somente às 15h30 que o menino foi encontrado desfalecido no banco traseiro do veículo, que permaneceu fechado e estacionado durante todo esse tempo. Naquele dia, a temperatura externa chegou a 37,7º C, conforme registrado pelo Instituto Nacional de Meteorologia, marcando um dos dias mais quentes já registrados em São Paulo.

Investigação e responsabilidades
Flavio Robson Benes, 45 anos, e sua esposa Luciana Coelho Graft, 44 anos, proprietários da van, estão respondendo em liberdade por homicídio doloso, acusados de cometer um crime por omissão, após admitirem à polícia que falharam em conferir a presença das crianças no veículo após o transporte. O casal encontrou Apollo após o almoço, quando usaram a van novamente. Eles tentaram socorrê-lo, levando-o ao Hospital Vereador José Storopolli, onde foi confirmada sua morte. Ambos foram detidos em flagrante e posteriormente indiciados pelo homicídio do menino, enquanto a van foi apreendida para perícia.
Liberação condicional de motoristas após tragédia escolar
Na sequência de uma trágica ocorrência que culminou na morte de um menor, a Justiça concedeu liberdade provisória aos dois responsáveis pelo transporte escolar, Flávio e Luciana. A decisão inclui a proibição do exercício de suas funções na área de transporte de menores, conforme relatado. Até o momento, não foi possível obter um posicionamento de seus defensores sobre o caso.

O caso que repercutiu fortemente, revelou que a monitora, acometida por uma enxaqueca no dia dos fatos, falhou ao não verificar o desembarque de todas as crianças, incluindo Apollo, o menor envolvido. A Prefeitura de São Paulo expressou suas condolências e informou sobre a desvinculação do condutor do programa de Transporte Escolar Gratuito (TEG), além da abertura de um processo administrativo para avaliar a conduta do profissional.
A dor da perda e o clamor por justiça
A família de Apollo, representada por sua mãe, Kaliane Rodrigues, e sua avó, Luzinete Rodrigues dos Santos, expressou profunda tristeza e descrença diante da negligência que resultou na morte do garoto. Enfatizaram a importância da responsabilidade no cuidado com as crianças, independentemente das circunstâncias, e manifestaram desejo por justiça. Apollo foi sepultado no Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo, em 16 de novembro de 2023, deixando a comunidade e sua família em luto.