Câncer de intestino é silencioso e mortal: especialistas alertam para prevenção

Durante o mês de março, a campanha Março Azul ganha destaque nacional com um objetivo claro: conscientizar a população sobre os riscos do câncer de intestino, uma doença silenciosa, letal e cada vez mais presente na sociedade.

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De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o câncer de intestino está entre os três tipos de tumor mais letais no Brasil. O gastroenterologista e endoscopista Rodrigo Lovatti, que coordena o serviço de gastroenterologia do Hospital Márcio Cunha, em Minas Gerais, alerta para os perigos da doença e reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, fundamentais para aumentar as chances de cura.

Embora seja mais comum em idosos, o câncer de intestino tem atingido também a população mais jovem. O médico destaca o papel negativo do estilo de vida moderno nesse aumento de casos. Segundo ele, fatores como o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo têm impulsionado o número de diagnósticos em pessoas com menos de 45 anos. “Aproximadamente 65% da população brasileira tem sobrepeso ou obesidade, e as projeções para os próximos anos não são otimistas”, alerta Lovatti.

A campanha Março Azul vem, ao longo dos anos, incentivando a realização de exames preventivos como a colonoscopia. De acordo com o especialista, esse procedimento pode reduzir o risco de desenvolver câncer de intestino entre 60% e 70%, além de diminuir em até 50% a mortalidade da doença. O exame é indicado para homens e mulheres a partir dos 45 anos, conforme orientação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

Aqueles que possuem histórico familiar de primeiro grau – pai, mãe ou irmãos – devem iniciar a vigilância 10 anos antes da idade em que o parente foi diagnosticado. “Se seu pai recebeu o diagnóstico aos 50 anos, você deve começar a fazer o acompanhamento aos 40”, explica o médico, que recomenda procurar especialistas como coloproctologistas ou gastroenterologistas nesses casos.

Entre os sinais de alerta para o câncer de intestino estão mudanças no hábito intestinal, sangue nas fezes, dificuldade para evacuar e quadros de anemia sem causa aparente. O médico enfatiza que esses sintomas geralmente surgem em estágios mais avançados da doença, tornando a prevenção ainda mais crucial. “Ao perceber qualquer um desses sinais, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente”, orienta Lovatti.

O médico destaca ainda a importância do autocuidado e da informação. “O Março Azul é um convite para refletirmos sobre nossa saúde. Se você tem 45 anos ou mais, procure orientação médica. A prevenção pode mudar seu destino”, afirma.

Referência em atendimento de alta complexidade, o Hospital Márcio Cunha, localizado em Ipatinga, Minas Gerais, possui três unidades, incluindo uma exclusiva para o tratamento oncológico. A instituição, que em 2025 completará 60 anos de atuação, atende a uma população de mais de 1,6 milhão de pessoas de 87 municípios do estado e oferece 58 especialidades médicas, com cerca de 500 profissionais.

Os números da unidade são expressivos: cerca de 5.200 partos realizados no último ano, mais de 36 mil internações, 18 mil cirurgias e 44 mil sessões de hemodiálise. Na área oncológica, foram mais de 18 mil sessões de radioterapia e aproximadamente 33 mil sessões de quimioterapia.

Reconhecido nacionalmente, o HMC foi o primeiro hospital do Brasil a receber a acreditação de excelência (ONA III) da Organização Nacional de Acreditação. Também figura entre os melhores hospitais do país, sendo o 6º de Minas Gerais e o 27º do Brasil, de acordo com a revista norte-americana Newsweek.