STF impede entrada de Sebastião Coelho durante julgamento de Bolsonaro

Desembargador aposentado gritou e foi retirado após tentativa de acompanhar sessão da Primeira Turma

Por Plox

25/03/2025 16h10 - Atualizado há 6 meses

Durante o julgamento realizado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (25), o desembargador aposentado e advogado Sebastião Coelho protagonizou um episódio de tensão ao tentar acessar o plenário onde ocorre a análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados por suposta tentativa de golpe de Estado.


Imagem Foto: Agência Senado


Ao chegar à porta da sala onde acontecia a sessão, Coelho elevou o tom de voz e gritou, interrompendo brevemente a leitura do relatório feita pelo ministro Alexandre de Moraes. A tentativa de entrada, sem o credenciamento obrigatório exigido para advogados, resultou em sua retirada do local por agentes de segurança do Supremo.



Do lado de fora do plenário, em entrevista a jornalistas, Sebastião Coelho manifestou insatisfação com o impedimento, alegando ter observado diversos lugares vazios dentro da sala. Ele disse que aguardou por um momento para poder entrar, mas foi barrado mesmo assim. \"Chegando à porta da Primeira Turma, não nos deixaram entrar. Vi vários lugares vazios dentro daquele plenário. Isso me causou grande revolta\", declarou.


Após a negativa, ele foi encaminhado para a sala da Segunda Turma, onde o julgamento estava sendo transmitido por meio de um projetor. No entanto, decidiu deixar o prédio. \"Se for para assistir pelo telão, prefiro ver de casa, o que vou fazer agora. A denúncia é única. Não interessa que não me deixaram entrar\", afirmou. O advogado prometeu acionar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para relatar o ocorrido.



O julgamento iniciado nesta manhã no STF busca definir se Bolsonaro e os outros denunciados se tornarão réus pelas acusações da PGR. A sessão teve início às 9h45 e deve prosseguir à tarde, após pausa para o almoço, com continuidade prevista também para a manhã de quarta-feira (26). A denúncia sustenta que o ex-presidente liderou uma organização criminosa entre julho de 2021 e janeiro de 2023, composta por militares e outros integrantes do Estado, com o objetivo de atacar a ordem democrática.


O colegiado responsável pelo julgamento é formado por cinco dos onze ministros da Corte, e caso aceitem a denúncia, os acusados passarão a responder a uma ação penal, com possibilidade de condenação ou absolvição ao final do processo.



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