Os perigos ocultos do consumo excessivo de café

Conhecido por sua complexidade, o café contém mais de mil substâncias, incluindo polifenóis e vitaminas, como a vitamina B e o magnésio. Mas é a cafeína, um alcaloide potente, que chama a atenção pela sua capacidade de viciar os consumidores.

Efeitos imediatos: Entre 15 a 30 minutos após consumir, a cafeína atinge o cérebro e altera a função dos neurotransmissores, bloqueando os efeitos tranquilizantes da adenosina e mantendo o corpo em estado de alerta. "O café estimula a tensão arterial, deixando mais disposto e produtivo", explica o toxicologista Carsten Schleh.
Quando o café vira um vício: O consumo excessivo e regular pode desencadear a formação de novos receptores de adenosina no cérebro, aumentando a tolerância à substância e a necessidade de consumir ainda mais café para evitar sintomas de abstinência como cansaço e irritabilidade.
Sintomas de abstinência: A falta de café pode resultar em dores de cabeça, falta de concentração e outros sintomas desagradáveis. Schleh destaca que a sensação agradável do primeiro gole pela manhã pode ser apenas o alívio desses sintomas.
Conselhos de consumo: Embora o café possua benefícios associados à saúde, como redução do risco de várias doenças crônicas, a chave para o consumo saudável está na moderação. A Autoridade Europeia para Segurança Alimentar sugere um limite de até 400 miligramas de cafeína por dia para adultos, o que equivale a aproximadamente duas a cinco xícaras.
Abordagem para redução: Para quem excede esse limite, Schleh recomenda uma redução gradual no consumo. "A cafeína é uma das drogas mais inofensivas e raramente é preciso uma privação radical", afirmou o toxicologista, destacando que reduzir lentamente diminui o risco de sintomas severos e recaídas.
Alerta global: Com o Luxemburgo liderando o consumo global de café e as mudanças climáticas ameaçando a produção, a disponibilidade e o preço do café podem ser impactados futuramente, o que talvez modifique padrões de consumo em todo o mundo.