STF vê prisão de Collor como recado a Bolsonaro

Ministros interpretam decisão de Moraes como sinal para evitar manobras protelatórias

Por Plox

25/04/2025 18h25 - Atualizado há 2 dias

A ordem de prisão do ex-presidente Fernando Collor, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, foi interpretada nos bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF) como um recado direcionado a Jair Bolsonaro, ex-presidente da República.


Imagem Foto: FV


Segundo informações da jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, ministros acreditam que a ação serve como sinalização clara: tentativas de adiar o início de cumprimento de penas não serão bem-sucedidas. Moraes rejeitou recurso apresentado pela defesa de Collor, qualificando-o como \"meramente protelatório\".



O magistrado ressaltou que, de acordo com o regimento interno do Supremo, embargos infringentes só poderiam ser interpostos caso houvesse quatro votos favoráveis à absolvição, e Collor obteve apenas dois. Diante disso, Moraes determinou a prisão imediata do ex-presidente, condenado a oito anos e dez meses por envolvimento em esquema de corrupção na BR Distribuidora, uma investigação originada na Operação Lava Jato.



A decisão de Moraes ainda foi submetida ao plenário do STF, uma vez que Collor foi julgado em plenário, diferentemente de Bolsonaro, que responde processos na Primeira Turma, composta por cinco ministros. A estratégia, conforme relataram ministros ouvidos por Sadi, busca criar um precedente para lidar com eventuais tentativas de Bolsonaro de contestar uma futura prisão.


A mensagem é clara: \"Tentativas de adiar o cumprimento de penas não terão sucesso\" — disseram fontes do Supremo ao GloboNews

Além disso, o procedimento adotado no caso de Collor reforça que, para Bolsonaro, possíveis embargos infringentes só seriam possíveis se houvesse ao menos dois votos a favor de sua absolvição, um número reduzido em comparação ao que seria necessário no plenário.



Fernando Collor foi detido nesta sexta-feira (25), em Maceió (AL), enquanto se deslocava para Brasília, alegando cumprimento espontâneo da decisão judicial. Após audiência de custódia, ele permanece sob custódia na superintendência da Polícia Federal da capital alagoana.

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