Polícia Federal retira deputada Alê Silva de avião com objeto proibido em bagagem
A parlamentar alegou que a funcionária disse que "mala de miliciana e genocida tem que ser revistada com cuidado"
Por Plox
25/05/2021 14h31 - Atualizado há mais de 3 anos
Na manhã desta terça-feira (25), a deputada federal Alê Silva (PSL-MG) foi retirada de dentro de um avião por policiais federais, no Aeroporto Internacional de Confins, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A empresa que administra o aeroporto, a BH Airport, informou à imprensa que um item considerado proibido para a Área Restrita de Segurança foi identificado durante a inspeção da bagagem de mão, por meio do equipamento de raio-x e, por isso, foi necessário a inspeção física.
O objeto identificado não foi informado pela empresa, mas em nota publicada pela deputada em seu site, informou que se tratava de uma tesoura infantil na cor rosa.
Ainda de acordo com a empresa, a deputada não teria concordado com a inspeção física da bagagem e se dirigiu para a área de embarque. No entanto, a nota da parlamentar informa que ela teria aberto a mala. “A Deputada abriu a mala, sendo a atendente colocar a mão sobre a mesma e disse: ‘Mala de miliciana e genocida tem que ser revistada com cuidado’. A deputada após esses dizeres se calou, fechou a mala e foi em direção ao portão de embarque”, diz trecho da publicação.
Leia nota na íntegra
Prezados!
A Deputada Federal Alê Silva estava na manhã de hoje, 25 de maio, no Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, para voar com destino a Brasília.
No detector de metais, uma atendente que trabalha em uma empresa que presta serviço ao aeroporto disse que iria abrir a mala da deputada. A atendente disse que isso era uma “revista aleatória”.
A Deputada abriu a mala, sendo a atendente colocar a mão sobre a mesma e disse: “Mala de miliciana e genocida tem que ser revistada com cuidado”. A deputada após esses dizeres se calou, fechou a mala e foi em direção ao portão de embarque.
Após o embarque, a deputada realizou uma ligação para o seu chefe de gabinete, para que entrasse em contato, como de fato tentou, com a Delegacia da Polícia Federal do Aeroporto de Confins para dizer do ocorrido e também para falar que estava tudo bem com ela e que já estava dentro da aeronave, mas que não deixaria a atendente revistar a sua mala sem a presença de policiais. Porém, apesar das tentativas, a PF não atendeu ao telefone.
Neste meio tempo, dois policiais federais adentraram na aeronave e com muita truculência fizeram a deputada descer do avião e levar a mala até o local de revista.
Depois de revistada, foi encontrada uma tesoura cor de rosa infantil. No momento a Deputada achou que o artefato fosse de sua filha, mas depois de indagada a adolescente, essa disse que não, sendo que a Deputada então desconhece como que a tesoura foi parar lá.
Tendo em vista dos fatos, já estão sendo providenciadas as medidas cabíveis junto a ANAC (Agencia Nacional de Aviação Civil) que tem responsabilidade objetiva e solidária em relação à funcionária da empresa terceirizada. Ademais, a notificação oficial junto à empresa será também realizada sobre o fato ocorrido.
Ainda, uma ação será ajuizada na corregedoria da Polícia Federal, tendo em vista que foi tentado contato via telefone no aeroporto com a negativa de atendimento e resposta. Destaca-se também o modo de abordagem, que foi mediante truculência e abuso de poder, por parte dos policiais ao constranger a deputada.
25 de maio de 2021