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A alimentação baseada em produtos ultraprocessados pode representar um risco considerável à saúde mental, especialmente no que diz respeito à depressão persistente. Essa foi a principal constatação de um estudo conduzido por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), publicado recentemente no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.
A pesquisa acompanhou mais de 14 mil brasileiros ao longo de oito anos, entre três períodos distintos: de 2008 a 2010, 2012 a 2014 e 2017 a 2019. Os dados analisados mostraram que o consumo elevado de alimentos ultraprocessados aumentava em 30% o risco de desenvolver depressão. No entanto, o que mais chamou atenção foi a associação com quadros recorrentes da doença: os participantes que apresentaram alto consumo desses alimentos no início da pesquisa demonstraram ser 58% mais propensos a sofrer de depressão persistente — aquela que reaparece em duas ou mais fases do acompanhamento.
Segundo Naomi Vidal Ferreira, psicóloga e pós-doutoranda da Faculdade de Medicina da USP, esse tipo de alimento costuma substituir opções mais saudáveis, como frutas, verduras e alimentos integrais. Ela explica que os ultraprocessados são pobres em nutrientes e ricos em açúcares, gorduras saturadas, sódio e aditivos químicos, o que provoca um ambiente inflamatório no corpo. Esse quadro pode afetar negativamente a microbiota intestinal, resultando em neuroinflamação através do chamado eixo intestino-cérebro — um processo que pode intensificar os sintomas depressivos.
O psiquiatra Alfredo Maluf, do Hospital Israelita Albert Einstein, também destacou o papel da flora intestinal na produção de neurotransmissores como serotonina e ácido gama-aminobutírico, essenciais para o equilíbrio cerebral. Quando a microbiota é afetada negativamente por esses alimentos, a resposta clínica a tratamentos pode ser comprometida. Maluf ressaltou que a chamada psiquiatria do estilo de vida vem ganhando força, e a adoção de hábitos saudáveis, como boa alimentação e prática de atividades físicas, é crucial para o sucesso no tratamento da depressão.
Além disso, o estudo apresentou simulações indicando que mudanças na alimentação podem ser eficazes na prevenção. A substituição de apenas 5% da ingestão calórica de ultraprocessados por alimentos minimamente processados pode reduzir em 6% o risco de depressão. Já uma troca de 20% dessa ingestão representaria uma redução de até 22% no risco.
Alimentos minimamente processados, como arroz, feijão, café e leite, mantêm a maior parte de sua estrutura original e nutrientes, sendo apenas submetidos a processos simples como moagem e fermentação. Segundo os pesquisadores, mesmo pequenas mudanças no padrão alimentar já têm potencial para efeitos positivos significativos, embora, conforme Maluf alerta, isso esbarre na ausência de políticas públicas efetivas, como as que foram adotadas no combate ao tabagismo.
Outro ponto relevante do estudo foi a análise de fatores sociodemográficos. Indivíduos mais jovens, mulheres, pessoas negras ou pardas, fumantes, com maior índice de massa corporal e alto consumo calórico mostraram-se mais vulneráveis à depressão. Em contrapartida, pessoas com ensino superior, casadas e fisicamente ativas apresentaram menor propensão ao transtorno.
Diante de um cenário em que o Brasil lidera os índices de depressão na América Latina, os autores defendem que os dados do estudo possam influenciar decisões de políticas públicas e melhorar a qualidade de vida da população brasileira, especialmente em grupos mais vulneráveis.
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