Alta no preço do café impulsiona onda de furtos em lavouras do Sul de Minas

Com valorização histórica do grão, criminosos invadem plantações e deixam cafeicultores em alerta; casos incluem até morte de suspeito durante ação

Por Plox

25/05/2025 10h33 - Atualizado há 2 dias

A valorização histórica do café em 2025 tem provocado um efeito colateral alarmante no Sul de Minas: o aumento significativo nos furtos diretamente das plantações. Em meio ao cenário de instabilidade, produtores rurais têm relatado uma crescente sensação de insegurança e prejuízos constantes.


Imagem Foto: Reprodução


Recentemente, casos como o de um homem preso em Campestre, flagrado com sacas recém-colhidas, e o de um suspeito que morreu após ser agredido durante tentativa de furto em Ibiraci, evidenciam a gravidade da situação enfrentada no campo.


A cafeicultora Alessandra Peloso, de Ilicínea, já foi vítima três vezes. Em um dos episódios, mais de 160 sacas de café, além de pneus e produtos agrícolas, foram levados. Apesar da frustração, ela ainda acredita que a polícia conseguirá resolver o último caso. \"Dessa vez a polícia está em cima, eu acho que eles vão conseguir pegar\", afirmou.



A elevação do preço da saca torna o produto cada vez mais visado. Ricardo Schneider, presidente do Centro do Comércio de Café de Minas Gerais (CCCMG), atribui a explosão nos furtos justamente à valorização do café, impulsionada por fatores como seca no Vietnã e problemas climáticos no Brasil e Colômbia.


Em resposta à criminalidade, muitos produtores passaram a investir em vigilância privada e tecnologias de monitoramento. Associações rurais têm buscado alternativas como instalação de câmeras com leitura de placas e contratação de empresas especializadas em segurança patrimonial.



A Polícia Militar, por sua vez, reforçou ações com a Operação Agro-gerais Seguro, que vem sendo realizada periodicamente. De acordo com a tenente-coronel Bianca Grossi, comandante do 24º BPM, a patrulha rural tem mantido contato direto com os agricultores e realizado reuniões para repassar orientações.


A utilização de câmeras e o cadastro das propriedades são estratégias que têm auxiliado na repressão aos crimes, segundo a corporação. Além disso, a PM recomenda que produtores informem a presença de trabalhadores temporários, conhecidos como safristas, para verificação de antecedentes.



Manifestações como a realizada em Campestre revelam o sentimento generalizado de medo e revolta. Produtores como Luiz Fernando Muniz e Giovanni Salomão deram voz à indignação por terem o fruto de tanto esforço comprometido pela ação de criminosos. \"A gente está na fila, qualquer hora pode ser qualquer um de nós\", desabafou Muniz.


A Polícia Civil informou que investigações seguem em andamento, com delegacias especializadas atuando nas ocorrências de áreas rurais do 18º Departamento de Polícia de Poços de Caldas. A comunicação entre as forças de segurança e o setor produtivo tem sido vista como essencial para conter a criminalidade.



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