Milhões de pessoas vivem com vitiligo: conheça a doença

Tratamentos ajudam a controlar a condição que afeta 95 milhões de pessoas no mundo, mas o preconceito ainda é um grande desafio

Por Plox

25/06/2024 09h18 - Atualizado há 4 meses

O vitiligo, doença autoimune que afeta cerca de 95 milhões de pessoas no mundo, é caracterizado pela perda de pigmentação da pele em áreas específicas, resultando em manchas brancas de variados tamanhos e formas. Segundo o dermatologista Lucas Miranda, "isso ocorre devido à destruição dos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina. As causas exatas ainda são desconhecidas, mas fatores genéticos e imunológicos desempenham um papel significativo". A condição, que pode surgir antes dos 30 anos, não escolhe idade e pode afetar qualquer pessoa, especialmente aquelas com histórico familiar ou outras doenças autoimunes, como diabetes tipo 1, doenças da tireoide e alopecia areata.

Foto: Reprodução/ Instagram

Experiências pessoais e desafios

A terapeuta Alê Costa descobriu sua condição há 12 anos, quando manchas apareceram em suas mãos, pés e bochecha durante uma viagem. Inicialmente confundida com micose, a confirmação veio com um diagnóstico direto e insensível de um médico, afetando profundamente sua autoestima. Após tentativas frustradas e dispendiosas de tratamento, ela encontrou aceitação e hoje ajuda outras pessoas a lidarem com a doença. "Tem dois anos que aceitei o vitiligo também como material de trabalho. Hoje sou palestrante e ajudo as pessoas a fazerem as pazes com a doença", afirma.

A médica Isabella Santana também compartilha sua trajetória com a doença, que começou na infância e retornou durante a pandemia de Covid-19. Ela encontrou algum alívio com a fototerapia, um tratamento caro e pouco acessível. "Foi muito rápido, passou de uma manchinha no rosto para várias regiões do corpo. Eu não estava 100% confortável com ele", confessa.

Tratamentos e avanços

A fototerapia é uma das opções de tratamento disponíveis, embora seu acesso seja limitado. "Temos a possibilidade de tratamentos direcionados, dependendo da gravidade", explica a dermatologista Marcela Mattos. Além disso, tratamentos com pomadas à base de corticoide, exposição solar controlada, imunomoduladores e terapias com UVB e laser excimer também são usados. "O transplante de melanócitos é uma opção experimental para casos resistentes", acrescenta Lucas Miranda.

Preconceito e conscientização

Apesar dos avanços no tratamento, o preconceito ainda é um obstáculo significativo. "A doença pode criar um bloqueio social. Tenho pacientes que evitam festas e viagens à praia por conta do impacto físico", explica Marcela. A desinformação e o estigma social aumentam a ansiedade dos portadores, afetando a qualidade de vida.

Importância da conscientização

O Dia Mundial do Vitiligo, celebrado em 25 de junho, é uma oportunidade crucial para informar e educar a população sobre a doença, além de promover a empatia e reduzir o preconceito. "É uma maneira de informar mais sobre a doença para minimizar o preconceito e a perda de qualidade de vida dos pacientes", ressalta Marcela. Lucas Miranda reforça a importância da data para promover o entendimento e apoiar emocionalmente os pacientes, além de destacar a relevância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico adequado.

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