Câmara surpreende e antecipa votação sobre queda do IOF
Inclusão repentina na pauta pegou o governo Lula de surpresa e aumentou tensão com o Congresso
Por Plox
25/06/2025 09h37 - Atualizado há cerca de 22 horas
Em uma jogada inesperada, a Câmara dos Deputados colocou em pauta nesta quarta-feira (25) o projeto que visa sustar o decreto presidencial que elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), pegando o governo de surpresa e acirrando ainda mais o clima tenso entre o Legislativo e o Palácio do Planalto.

O anúncio da votação foi feito pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já na noite anterior, por meio das redes sociais e sem qualquer comunicação prévia com o Executivo. A medida contraria as expectativas do governo, que acreditava que o tema só retornaria após o recesso junino no Congresso.
Dentro do governo, o desconforto foi evidente. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, classificou a antecipação como “grave”. A sessão híbrida permitirá que deputados que não estão fisicamente em Brasília participem da votação, aumentando as chances de uma nova derrota para o governo.
A proposta teve sua urgência aprovada na semana passada por ampla maioria — 346 votos favoráveis contra 97 — e pode ser votada ainda hoje. Nos bastidores, a inclusão do projeto na pauta é vista como resposta à insatisfação com o atraso na liberação de emendas parlamentares, embora o Executivo afirme que os repasses têm sido acelerados desde o represamento iniciado em 2023.
O aumento do IOF foi anunciado em maio, com um recuo parcial no mesmo dia diante da forte reação de parlamentares e empresários. Mais recentemente, o governo publicou um novo decreto com alíquotas mais baixas, mas ainda com reajustes, o que manteve o descontentamento. A queda de braço entre Planalto e Congresso continua.