Hugo Motta surpreende ao pautar votação que pode anular decreto do IOF

Em uma movimentação inesperada, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu pautar para esta quarta-feira (25) a votação de um projeto que visa anular o decreto presidencial que aumentou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A decisão pegou de surpresa tanto aliados do governo quanto membros da oposição.

Lideranças partidárias e integrantes da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) afirmaram não ter sido informados previamente sobre a inclusão do projeto na pauta. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), declarou:

\"Para mim, não houve aviso. Nós pedimos para pautar no mesmo dia\"

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Anteriormente, Motta havia concedido um prazo de 15 dias para que o governo apresentasse alternativas ao aumento do IOF. No entanto, a decisão de pautar a votação ocorreu antes do término desse prazo, o que gerou especulações sobre possíveis motivações políticas.

No Palácio do Planalto, a avaliação é de que a decisão de Motta pode ter sido uma resposta a críticas feitas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à TV Record, onde ele se posicionou contra o aumento do número de deputados federais. Além disso, interlocutores de Motta mencionaram que o presidente da Câmara ficou irritado com supostas críticas feitas por Haddad durante um jantar promovido pelo grupo Prerrogativas no dia 13 de junho. O ministro nega ter feito tais críticas.

Haddad, por sua vez, defendeu o decreto que aumentou o IOF, afirmando que a medida visa corrigir injustiças e combater a evasão de impostos por parte dos mais ricos. Ele também destacou que o decreto busca equilibrar as contas públicas e garantir os direitos sociais dos trabalhadores.

A votação do projeto que pode anular o decreto do IOF ocorre em meio a um clima de tensão entre o Legislativo e o Executivo, evidenciando as dificuldades do governo em articular sua base no Congresso.

A decisão de Motta representa um desafio significativo para o governo, que busca manter sua agenda econômica e fiscal em meio a um cenário político conturbado.