Projeto Estação lança levantamento inédito sobre a memória ferroviária e cultural de sete territórios mineiros

Pesquisa histórica e cultural sobre sete cidades de Minas Gerais revela aspectos da vida cotidiana e das identidades locais formadas ao redor da ferrovia.

Por Plox

25/06/2025 12h35 - Atualizado há 2 dias

O projeto Estação acaba de concluir e divulgar um levantamento histórico-cultural inédito sobre a memória ferroviária em sete territórios de Minas Gerais. As cidades de Antônio Dias, Barão de Cocais, Belo Horizonte, Itabira, João Monlevade, Nova Era e Rio Piracicaba foram as primeiras a serem incluídas no estudo, que faz parte de um plano maior de visitar 30 municípios até 2028. O material está acessível ao público e tem como objetivo destacar as identidades locais, que se formaram ao redor da ferrovia.


Imagem Foto: Diogo Nunes


A ferrovia, que corta o estado de Minas Gerais há mais de um século, desempenha um papel essencial na formação das comunidades, tanto social, econômica quanto simbolicamente. O estudo, realizado com uma metodologia híbrida que une história oral, cartografia social e análise documental, vai além do registro de datas e eventos. Ele investiga as formas de vida cotidiana, os saberes tradicionais e as manifestações culturais que resistem ao tempo, sempre presentes no cotidiano das pessoas que vivem nesses territórios.


Imagem Foto:Diogo Nunes


A pesquisa conta com entrevistas de ex-ferroviários, artistas, líderes comunitários e outros guardiões da memória, que narram suas experiências e memórias pessoais. O levantamento inclui também um extenso material fotográfico e documental, fornecendo uma visão abrangente das comunidades e das mudanças trazidas pela ferrovia. Diogo Nunes, historiador e pesquisador do projeto, destacou a riqueza de cada território visitado e a complexidade dos diferentes contextos encontrados

Imagem Foto: Diogo Nunes

"O mais significativo foi ter o contato com pessoas e territórios tão diversos e plurais, com dinâmicas próprias que não são simples de explorar\", afirmou Nunes. "A pesquisa não é sobre descobrir, mas sobre ser encontrado e permitir-se ser afetado pelos territórios que estamos estudando. Isso me proporcionou acesso a memórias e saberes que não são facilmente observáveis à primeira vista."



Imagem Foto:  Bruno Randger.


O levantamento não se limita a um simples resgate de informações históricas, mas também promove uma reflexão sobre como essas histórias se entrelaçam com os espaços urbanos e as paisagens locais. O projeto Estação enfatiza a importância de reconhecer e valorizar os modos de vida e as tradições que se desenvolveram ao longo da ferrovia, celebrando a identidade cultural de cada local. Além disso, o projeto visa estimular políticas públicas voltadas para a preservação do patrimônio cultural ferroviário. Em palavras do próprio projeto: é memória que se compartilha, se transforma e segue viagem.



O Estação é idealizado pela HORUS Planejamento e Gestão, com o apoio da Vale, e segue regulado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), com o objetivo de preservar e valorizar a memória ferroviária. O projeto agora se prepara para os próximos passos, com o planejamento de novas visitas e levantamentos em outras cidades mineiras.



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