Senador Cleitinho cobra Itamaraty por repatriação de brasileira morta na Indonésia

Parlamentar critica governo por recusar custeio do traslado do corpo de Juliana Marins e questiona atuação no resgate

Por Plox

25/06/2025 23h07 - Atualizado há 16 dias

Após a confirmação da morte de Juliana Marins, brasileira de 26 anos que caiu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, o senador Cleitinho (Republicanos-MG) utilizou as redes sociais nesta quarta-feira (25) para criticar a postura do Ministério das Relações Exteriores. O parlamentar anunciou que acionará o Itamaraty, exigindo que o governo federal arque com os custos do traslado do corpo da jovem ao Brasil.


Imagem Foto: Agência Senado


Cleitinho expressou indignação com a nota oficial do Itamaraty, que informou à família de Juliana que não poderia custear o transporte do corpo, alegando ausência de respaldo legal e previsão orçamentária para tal assistência. O senador comparou a situação ao caso da ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia, que foi trazida ao Brasil em avião da Força Aérea Brasileira após receber asilo político. “O governo federal mobilizou tudo para buscar essa condenada, mas não pode ir buscar a Juliana”, afirmou.



O Ministério das Relações Exteriores esclareceu que, em casos de falecimento de cidadãos brasileiros no exterior, as embaixadas e consulados podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito. No entanto, despesas com sepultamento e traslado de corpos não estão incluídas na assistência consular, conforme a Lei nº 9.199/2017.


Durante o processo de resgate, a embaixada brasileira deslocou funcionários de Jacarta para acompanhar a operação no Parque Nacional do Monte Rinjani, na ilha de Lombok. Apesar dos esforços, as condições meteorológicas adversas e o terreno complicado dificultaram as tentativas de resgate. Juliana foi encontrada morta após quatro dias de buscas.



Cleitinho também questionou a atuação da equipe de resgate indonésia e do Itamaraty, sugerindo que uma mobilização mais rápida poderia ter salvado a vida da jovem. “O que o Itamaraty fez? Notificou o governo da Indonésia? Fez alguma coisa durante esses quatro dias?”, indagou.


A família de Juliana, por sua vez, agradeceu aos voluntários que participaram da operação de resgate, destacando a coragem e dedicação das equipes locais. Em mensagem divulgada nas redes sociais, os parentes ressaltaram o trabalho dos voluntários Agam e Tyo, que se juntaram ao esforço coletivo para localizar Juliana.



“Em nome da família de Juliana Marins, queremos expressar nossa mais sincera e profunda gratidão por toda a generosidade, coragem e apoio que demonstraram ao se juntarem à equipe de resgate no Monte Rinjani. Foi graças à dedicação e à experiência de vocês que a equipe pôde finalmente chegar até Juliana e nos permitir, ao menos, esse momento de despedida”

, diz trecho da mensagem enviada aos voluntários.

O caso gerou comoção pública e ampla cobertura da imprensa, com amigos e familiares mobilizando campanhas para pressionar por mais agilidade no resgate. O Itamaraty confirmou o envio de dois representantes à Indonésia para acompanhar a operação e prestar apoio à família.


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