Sindifisco denuncia queda na arrecadação e cobra mudanças na Fazenda

Sindicato dos Auditores Fiscais aponta déficit de R$ 1 bilhão e responsabiliza gestão de Zema por falta de diálogo e desvalorização da categoria

Por Plox

25/06/2025 22h51 - Atualizado há 5 dias

Nos primeiros seis meses de 2025, Minas Gerais arrecadou R$ 55 bilhões, ficando R$ 1 bilhão abaixo da meta estabelecida pelo governo estadual, que era de R$ 56 bilhões. O Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco-MG) atribui essa queda à falta de investimentos na estrutura de fiscalização e à desvalorização da carreira dos auditores fiscais.


Imagem Foto: Reprodução Governo de Minas


Em 2024, o Estado havia superado a meta anual de arrecadação, alcançando R$ 96 bilhões frente à previsão de R$ 92 bilhões, resultando em um superávit de 5,7%. Para 2025, a meta é de R$ 105 bilhões, mas o Sindifisco-MG alerta que, sem mudanças na gestão da Secretaria da Fazenda, esse objetivo pode não ser alcançado.



O presidente do Sindifisco-MG, Matias Bakir Faria, critica a postura do secretário da Fazenda, Luiz Cláudio Lourenço Gomes, e do governador Romeu Zema, afirmando que ambos não dialogam com os auditores fiscais e não investem na máquina de arrecadação.
\"O secretário da Fazenda, Luiz Cláudio, não investe na fiscalização, ele não estimula, ele não atende às demandas dos auditores fiscais. Por outro lado, o governador Zema nem recebe o Sindifisco, não recebe servidores públicos. A única fonte segura de receita que o Estado tem é a receita tributária e eles não investem na máquina de arrecadação, que é a Secretaria da Fazenda. Se o governo quer um Estado mínimo, ele vai ter um Estado zero\",

declarou Faria.


Desde abril, os auditores fiscais intensificaram a mobilização, realizando paralisações semanais e operação-padrão. Eles reivindicam a reestruturação urgente da Secretaria da Fazenda e a substituição do secretário Luiz Cláudio Lourenço Gomes, acusado de não apresentar respostas efetivas às demandas da categoria.


Em dezembro de 2023, foram nomeados 430 auditores fiscais, mas, em um ano e meio, 100 já deixaram o cargo, migrando para outros estados. Segundo Faria, isso representa uma perda de 25% dos profissionais recém-nomeados, reflexo da falta de valorização, capacitação e remuneração adequada em Minas Gerais. Atualmente, o salário base de um auditor fiscal no estado é de R$ 10,6 mil para uma jornada de 40 horas semanais, com uma gratificação individual limitada a R$ 21,2 mil. A categoria pleiteia o dobro desse valor como teto para a gratificação.


O governo de Minas Gerais foi procurado para comentar as informações divulgadas pelo Sindifisco-MG, mas ainda não se pronunciou sobre o assunto. O espaço permanece aberto para manifestações oficiais.


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