Amputação da perna de garoto reacende preocupações sobre cerol e linha chilena

Gabriel tem apenas 15 anos e sonhava ser jogador de futebol reconhecido

Por Plox

25/07/2019 12h04 - Atualizado há mais de 5 anos

A amputação da perna de um adolescente que sonhava ser jogador de futebol, mas teve o sonho interrompido por uma linha chilena, reacendeu discussão sobre a periculosidade do material. Gabriel Nascimento, de 15 anos, voltava de um treino de futebol em Betim, no último sábado, 20 de julho, quando uma linha se enroscou próximo ao seu joelho. Para evitar a morte do garoto, os médicos do Hospital Regional de Betim optaram pela amputação, que aconteceu ontem, 24. Este foi o terceiro caso de acidente com linha de papagaio somente este mês no hospital de Betim. Somente em julho foram apreendidos por autoridades 130 kits de pipas com linha chilena e cerol. 

Gabriel

Jovem Gabriel teve sonho interrompido por conta de linha chilena- Foto: Reprodução/Redes sociais

 

“Infelizmente, é algo bem recorrente. Gabriel chegou muito grave, perdeu a perna e causou muita comoção por esse contexto. É apenas um adolescente”, comentou Victor Ikeda, diretor técnico do hospital.
Gabriel andava por uma rua e a linha que estava presa na roda de um ônibus se enroscou no joelho Gabriel e o cortou. Ele sangrava muito e foi socorrido por uma enfermeira que passava e dois motociclistas, que chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o levou ao hospital. A linha chilena tem potencial cortante quatro vezes maior que a de cerol. Em Belo Horizonte, há uma lei que prevê multa de R$ 2 mil para pessoas flagradas usando a linha chilena. A lei foi sancionada pelo prefeito Alexandre Khalil no ano passado.

​​Guarda Municipal de Betim apreendeu 130 kits de pipas e linhas chilenas ou com cerol (foto: Metícia Faria/Divulgação)
Linhas chilenas e de cerol são apreendidas aos montes em Minas- Foto: Reprodução

A Guarda Municipal de Betim tem expandido sua atuação com abordagens a crianças, jovens e até adultos, que podem ter a pipa e o material recolhidos e incinerados. Anderson Reis, comandante da guarda, afirma que “foi preciso um caso desse, com um adolescente, para as pessoas acreditarem que isso tira vidas. Não vamos aceitar esse tipo de situação de modo algum”. Há também um monitoramento para saber quem vende, além de se realizar campanhas de conscientização. 

Atualizada às 14h48
 

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