Lula comete equívoco sobre tributação de heranças nos Estados Unidos

Os valores citados pelo presidente brasileiro durante discurso não correspondem à realidade

Por Plox

25/07/2024 09h31 - Atualizado há cerca de 1 mês

Durante um discurso na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus de Buri, no interior de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o imposto sobre herança nos Estados Unidos é de 40%. No entanto, essa informação não é verdadeira. O imposto sobre herança nos Estados Unidos varia de estado para estado, com o limite máximo sendo de 8%.

Lula Foto: Claudio Kbene / PR

Detalhes incorretos na fala do presidente

Lula declarou: "Nos Estados Unidos, quando uma pessoa tem herança e ela morre, 40% da herança é paga em imposto. Como o imposto é caro, você tem muitos empresários que fazem doação de patrimônio para universidade, para institutos, para laboratórios." Essa afirmação, feita na terça-feira (23), não reflete a realidade da tributação sobre heranças no país norte-americano.

Variação estadual na tributação de heranças

Nos Estados Unidos, o imposto sobre herança é uma combinação de tributos federais e estaduais. Apenas seis estados aplicam essa tributação: Iowa, Kentucky, Maryland, Nebraska, New Jersey e Pennsylvania. Em nenhum desses casos a taxa chega a 40%. De fato, conforme a CNN Brasil, são raríssimas as exceções em que o sistema de imposto americano se aproxima dessa porcentagem.

Comparação com a situação no Brasil

Lula também comentou sobre a tributação de heranças no Brasil, afirmando que "o imposto sobre herança é nada, é só 4%". Segundo ele, esse baixo percentual seria uma das razões pelas quais as pessoas no Brasil não fazem doações significativas.

Contexto e repercussão da declaração

A declaração de Lula ocorreu em meio a um discurso em uma instituição de ensino, onde o presidente buscava destacar diferenças entre políticas tributárias de diferentes países. No entanto, a informação incorreta gerou questionamentos e correções por parte de especialistas e da mídia, destacando a importância de precisão nos dados apresentados em discursos oficiais.

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