Médica sequestra bebê em Uberlândia e revela premeditação, diz polícia

Claudia Soares Alves, médica neurologista de 42 anos, premeditou o sequestro de um bebê em Uberlândia, Minas Gerais, e demonstrou preferência por uma menina, segundo informações iniciais da Polícia Civil de Itumbiara, Goiás. Claudia foi presa em casa, onde mora e trabalha.

Premeditação e provas encontradas

No veículo da médica, as autoridades descobriram um enxoval completo de menina, reforçando a suspeita de premeditação do crime. Detida por volta das 10h30 no bairro Jardim Morumbi, Claudia alegou que as peças eram presentes para sua empregada grávida, embora a funcionária espere um menino.

Investigações e declarações da polícia

O delegado Marcos Tadeu, chefe do 9º Departamento de Polícia Civil de Uberlândia, está à frente das investigações. Em entrevista ao jornal O Tempo, ele confirmou que o crime foi premeditado. "Quando a gente fala em crime premeditado, quer dizer que a pessoa planeja e depois vai lá e executa," explicou. "Ela se preparou toda (com jaleco e crachá), foi na maternidade e pegou a criança, então podemos falar dentro desse contexto, que foi premeditado."

A polícia mineira investigará a preferência da médica pela vítima ser uma menina. Inicialmente, o foco foi na recuperação da criança. "Achamos a criança, então o segundo passo é investigar como tudo aconteceu," afirmou o delegado. Na delegacia, Claudia exerceu seu direito ao silêncio, orientada por seu advogado.

Parceria entre polícias e início das investigações

O delegado Marcos Tadeu ressaltou a importância da cooperação com a Polícia Civil de Goiás. Ele descartou a possibilidade de uma gangue de tráfico de crianças na região. O advogado da médica, Vladimir Rezende, alegou que Claudia não tinha "capacidade de discernir" suas ações devido a um transtorno afetivo bipolar, estando em crise psicótica no momento dos fatos.

O crime e a captura

Sequestro

O crime teve início às 23h23, quando Claudia se apresentou no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) como funcionária chamada Amanda. Alegando ser médica, ela pegou a criança dos pais, dizendo que a levaria para se alimentar, e fugiu com a bebê em uma mochila. A ação durou cerca de 30 minutos.

Suspeita e ação dos seguranças

Uma funcionária desconfiou do comportamento de Claudia e comunicou os seguranças, que não permitiram a revista por falta de autorização. Após a saída da sequestradora, o desaparecimento da bebê foi notificado, acionando a Polícia Militar.

Relato do pai

O pai da menina contou à PM que descansava com a esposa quando a médica sequestradora se identificou como tal e levou a bebê para supostamente tomar leite. Ao perceber a demora e após a saída de Claudia, ele questionou uma funcionária e foi informado de que ninguém havia levado a criança, alertando a equipe de segurança sobre o desaparecimento.

Rastreamento e prisão

Baseados nos relatos e imagens de câmeras de segurança, a Polícia Militar rastreou o veículo Toyota Corolla da médica na BR-365. Claudia foi localizada na manhã seguinte, em Itumbiara, Goiás. Na casa da suspeita, a polícia encontrou a funcionária com a criança e, posteriormente, prendeu Claudia quando ela retornou ao local. No carro, foram encontradas roupinhas, sapatos e bolsas da bebê.

Perfil da sequestradora

Claudia Soares Alves é uma neurologista de 42 anos, autuada em flagrante pelo sequestro. Nas redes sociais, com mais de 9 mil seguidores, ela se descreve como apaixonada por medicina. Claudia fez residência na Clínica Médica da Universidade Federal de Uberlândia, é especialista em Medicina Interna e Neurologia, e desde 2019, leciona na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Goiás (UEG).