TSE cancela envio de observadores à Venezuela após declaração de Maduro

Decisão ocorre após presidente venezuelano declarar falsamente que eleições brasileiras não são auditáveis.

Por Plox

25/07/2024 08h17 - Atualizado há cerca de 1 mês

Em resposta às declarações polêmicas de Nicolás Maduro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu na quarta-feira (24) não enviar observadores para a eleição presidencial na Venezuela, marcada para 28 de julho. Durante um comício, o presidente venezuelano afirmou incorretamente que o sistema de votação brasileiro não é auditável, o que gerou forte reação do TSE.

Nota oficial do TSE

Em nota à imprensa, o TSE esclareceu sua posição: "Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo."

Defesa do sistema eleitoral brasileiro

A Justiça Eleitoral brasileira reforçou seu compromisso com a transparência e a segurança do processo eleitoral, destacando que não tolerará qualquer tentativa de desqualificar a integridade das eleições no Brasil. "Justiça Eleitoral brasileira não admite que, interna ou externamente, por declarações ou atos desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro, se desqualifiquem com mentiras a seriedade e a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no Brasil", enfatizou a Corte.

Afirmações de Maduro

Maduro, ao defender o sistema eleitoral venezuelano, afirmou que o país possui o melhor sistema eleitoral do mundo e que, no Brasil, o voto não é auditável. "Em que outra parte do mundo fazem isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é auditável? No Brasil? Não auditam nenhuma ata. Na Colômbia? Não auditam nenhuma ata", disse ele.

Falsidade das declarações de Maduro

Contrariando as alegações de Maduro, o TSE reafirmou que o sistema eleitoral brasileiro é completamente auditável em todas as suas etapas, desde a preparação das urnas até a divulgação dos resultados.

Mudança de planos do TSE

Inicialmente, o TSE havia decidido não enviar representantes para a eleição na Venezuela, conforme nota emitida em junho. Contudo, no início de julho, a Corte revisou sua posição e informou ao Ministério das Relações Exteriores a intenção de enviar dois observadores. A decisão foi novamente revertida após as declarações de Maduro.

Reações às ameaças de Maduro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou preocupação com as ameaças de Maduro, que mencionou a possibilidade de um "banho de sangue" caso seja derrotado nas eleições. Em resposta, Maduro afirmou: "Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila."

Destaques