Ato pela soberania reúne entidades na USP contra medidas dos EUA
Mais de 200 grupos se manifestam contra sanções impostas por Trump e em defesa da soberania nacional
Por Plox
25/07/2025 22h29 - Atualizado há 7 dias
Nesta sexta-feira (25), o Salão Nobre da tradicional Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo se tornou o epicentro de um ato em defesa da soberania brasileira. A mobilização foi motivada pelas recentes sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil.

O evento contou com a participação de representantes políticos, juristas, estudantes universitários, lideranças sindicais e integrantes de entidades civis. Cartazes erguidos por manifestantes traziam mensagens de protesto como “soberania não se negocia” e “o Brasil não aceita chantagem”, refletindo a indignação dos presentes.
Durante o ato, foi lida uma carta pública assinada por mais de 200 entidades. O documento manifesta repúdio à política externa adotada pelo presidente americano Donald Trump, que, no início de julho, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A decisão foi apresentada como resposta ao posicionamento do governo Lula, acusado pelos norte-americanos de restringir a liberdade de expressão nos EUA e de se aproximar de países considerados rivais dos Estados Unidos dentro do grupo Brics.
A insatisfação norte-americana também resultou na abertura de uma investigação comercial contra o Brasil. Essa apuração abrange tópicos como o funcionamento do sistema Pix e o comércio informal da região da 25 de Março, em São Paulo.
Celso Campilongo, diretor da Faculdade de Direito da USP, afirmou que as ações dos EUA colocam em risco não apenas a autonomia nacional, mas também o próprio direito internacional.
\"O que está sendo ameaçado não é apenas a soberania do Brasil, é a lei internacional. Hoje é conosco, amanhã com quem?\"
, questionou.O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloísio Mercadante, também marcou presença e, em entrevista à TV Globo, destacou a importância de defender as instituições. Segundo ele,
\"Quem viveu a ditadura, a repressão, a tortura, a censura, o exílio, sabe o quanto é importante ter enfrentado esse golpe, punir os golpistas e preservar a liberdade democrática do Brasil\"
.O advogado Oscar Vilhena, representante do Comitê de Defesa da Democracia, reforçou as críticas à atitude americana.
\"Sob o pretexto de atacar o STF, o governo dos EUA tenta atingir os interesses dos brasileiros, especialmente dos trabalhadores e empreendedores\"
, declarou.
Vale lembrar que o mesmo espaço da USP já foi utilizado, em 2022, para outro evento de mobilização política, quando movimentos de esquerda promoveram um ato “pela democracia” às vésperas das eleições presidenciais.
A mobilização desta sexta reforça o posicionamento de diversos setores da sociedade civil brasileira contra ingerências externas e em defesa da soberania do país.