Matteos França: filho acusado de matar a mãe após discussão

Servidor público de 32 anos confessou ter estrangulado a professora Soraya Tatiana; corpo foi achado sob viaduto em Vespasiano

Por Plox

25/07/2025 23h53 - Atualizado há 7 dias

A trajetória de Matteos França, de 32 anos, tomou um rumo trágico e chocante após ele confessar à polícia que matou a própria mãe, Soraya Tatiana, de 56 anos, durante uma discussão relacionada a dívidas acumuladas com jogos e empréstimos consignados. O crime ocorreu na noite de 18 de julho, e o corpo da professora foi localizado dois dias depois, sob um viaduto em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.


Imagem Foto: Redes sociais


Após dias de buscas, Matteos foi preso na sexta-feira, 25 de julho, enquanto estava na casa do pai, situada no bairro Jardim Alvorada, região Noroeste da capital mineira. Em seu depoimento à Polícia Civil, o homem afirmou que estava sozinho no momento do crime e alegou ter tido um surto psicológico após uma discussão intensa com a mãe.


Imagem Foto: Redes sociais


Formado em Relações Públicas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) em 2019, Matteos acumulava uma série de experiências profissionais em empresas como Banco do Brasil, Fiat Chrysler e MRV. Trabalhou ainda como recepcionista bilíngue durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Desde setembro de 2021, exercia o cargo de assessor na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais.


Seu perfil no LinkedIn listava habilidades como gestão de processos, marketing, assessoria e planejamento estratégico. Pessoas que conviveram com ele relatavam um comportamento tranquilo. Uma ex-colega de trabalho afirmou que ele era gentil e já havia pedido dinheiro emprestado em três ocasiões no ano anterior. Outros colegas do colégio onde Soraya lecionava relataram surpresa e incredulidade diante da acusação.
\"As mensagens no grupo foram de perplexidade e susto\", disse um ex-aluno da instituição.


Soraya era professora no Colégio Santa Marcelina, na região da Pampulha. Nas redes sociais, estudantes e pais prestaram homenagens, destacando seu carinho, dedicação e influência positiva na vida dos alunos. O colégio lamentou publicamente sua morte e pediu conforto divino à família.


O corpo da educadora foi descoberto no domingo, 20 de julho, na avenida Adélia Issa, no bairro Conjunto Caieiras. Estava enrolado parcialmente em um lençol, com indícios de violência: vestia apenas uma blusa cinza, havia sinais de queimaduras nas coxas e manchas de sangue, que podem indicar violência sexual. A perícia foi conduzida e os laudos periciais ainda estão em andamento para esclarecer todas as circunstâncias da morte.



Inicialmente, Matteos comunicou o desaparecimento da mãe à polícia. Ele disse que saíra na sexta-feira à noite para viajar à Serra do Cipó e que, ao tentar contato com a mãe no sábado, não obteve resposta. Um dia depois, pediu a uma tia que verificasse o apartamento da família. A entrada precisou ser forçada com auxílio de um chaveiro, e não havia sinais de arrombamento. O veículo da professora permanecia na garagem.


Matteos e o pai então buscaram informações em hospitais e no Instituto Médico Legal (IML), além de tentarem acessar imagens de câmeras de segurança e o notebook da professora, sem sucesso. A busca terminou com a descoberta do corpo em Vespasiano.



Após a confirmação da morte, Matteos publicou uma homenagem à mãe no Instagram, rede onde mantém um perfil privado com cerca de 3 mil seguidores. “Você foi mais do que apenas mãe. Foi minha amiga, minha parceira, minha maior encorajadora, incentivadora, minha inspiração, meu amor. Você foi e sempre será a melhor professora que eu já tive, não só de História, mas de toda uma vida. Você fez, é e sempre será uma linda história. Te amo para sempre!”, escreveu ele na legenda de uma das duas fotos que restaram no perfil com a mãe.


Durante o sepultamento, realizado na manhã de terça-feira (22), no Cemitério da Paz, no bairro Caiçara, familiares e amigos se despediram da professora com homenagens emocionadas. Nilton França, pai da vítima, resumiu a dor e o carinho recebidos: “Ontem eu descobri o alcance do amor da minha filha. Fiquei impactado com tanto carinho, tantas flores, tanta gente”.



A defesa de Matteos, representada pelo advogado Gabriel Arruda, informou que ainda não teve acesso completo ao inquérito policial e que só se manifestará oficialmente após tomar ciência de todos os detalhes do caso.


A Polícia Civil segue investigando e aguarda os laudos técnicos que irão confirmar as causas exatas da morte. O caso segue em andamento.


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