Grandes bancos rejeitam pedido do STF para interceder contra sanções dos EUA

Instituições financeiras brasileiras recusam tentativa do Supremo de reverter punições aplicadas pelos EUA ao ministro Alexandre de Moraes

Por Plox

25/08/2025 08h23 - Atualizado há 2 dias

Nos últimos dias, ministros do Supremo Tribunal Federal tentaram, sem sucesso, convencer os maiores bancos brasileiros a atuarem junto ao governo dos Estados Unidos contra as sanções aplicadas ao ministro Alexandre de Moraes. As instituições financeiras, no entanto, recusaram a proposta de intermediação, conforme revelou o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.


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A origem do impasse está na aplicação da Lei Magnitsky, uma legislação americana usada para punir estrangeiros acusados de violar direitos humanos. Em julho de 2025, o governo de Donald Trump utilizou a lei para sancionar Alexandre de Moraes, o que resultou no bloqueio de seus cartões de crédito e na proibição de realizar transações com empresas ligadas ao sistema financeiro dos EUA.



Em resposta, o ministro Flávio Dino declarou que leis internacionais como a Magnitsky não possuem validade automática no Brasil. Apesar disso, os bancos enfrentam riscos de retaliações se ignorarem as imposições de Washington. O Banco do Brasil, por exemplo, cancelou o cartão internacional de Moraes e ofereceu a ele um cartão da bandeira Elo — que é 100% brasileira. No entanto, essa alternativa também esbarrou em restrições: regulamentos da própria Elo, que tem parcerias com instituições internacionais, vetam a emissão de cartões para alvos de sanções americanas.



Entre os grandes bancos que se mantiveram em silêncio estão Itaú, Bradesco, Santander e BTG Pactual. O Nubank, por sua vez, informou que ainda está avaliando o caso. Já a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) preferiu não se pronunciar oficialmente até o momento.



As consequências da crise já começaram a refletir no mercado financeiro. Após a manifestação de Dino, o índice Ibovespa recuou 2,1%, o que representou uma perda de cerca de R$ 40 bilhões em valor de mercado para os bancos. O Banco do Brasil foi o mais afetado, com uma queda de 6% em um único dia de pregão.



A pressão sobre o sistema financeiro brasileiro tem se intensificado desde a decisão americana, mas, por ora, as instituições bancárias seguem evitando se envolver diretamente em um conflito diplomático de grandes proporções, optando por manter-se alinhadas às normas de compliance internacional.


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