Seca e calor elevam preço do café no Brasil, com alta de 16,6% em 12 meses

Impactos climáticos sobre as lavouras prejudicam a produção, fazendo o preço do café moído alcançar recordes no varejo e com tendência de novos aumentos em 2024.

Por Plox

25/09/2024 16h35 - Atualizado há cerca de 1 ano

Nos últimos 12 meses, o café moído registrou uma alta de 16,6% no preço ao consumidor, muito acima da inflação geral do Brasil, que foi de 4,2% no mesmo período, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse aumento significativo reflete diretamente os efeitos da seca e das altas temperaturas que vêm atingindo o país nos últimos anos, impactando a produção do grão.

Em agosto de 2023, o preço médio do quilo de café no varejo atingiu R$ 39,63, o valor mais alto já registrado pela série histórica da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), iniciada em 1997. Esse valor histórico não leva em conta a variação da inflação ao longo do tempo, o que ressalta ainda mais o impacto do aumento.

Foto: Reprodução/Freepik

 

Previsão de novos aumentos para 2024

A expectativa do setor cafeeiro é que os preços continuem a subir, com a seca de 2024 afetando diretamente a próxima safra, cuja colheita está prevista para o meio do ano. A diminuição da produção causada pelas condições climáticas adversas gera incerteza tanto para os produtores quanto para a indústria, alimentando a expectativa de que o café pode se tornar ainda mais caro nos próximos meses.

Fatores climáticos como principal causa

A seca prolongada e o calor excessivo são apontados como os principais fatores responsáveis pela elevação dos preços. Essas condições extremas comprometem as lavouras de café, resultando em uma colheita menor e menos previsível. Com a produção reduzida, a oferta diminui, o que pressiona os preços para cima tanto no mercado interno quanto externo.

Com os efeitos da mudança climática cada vez mais evidentes nas principais regiões produtoras de café, o cenário para o consumidor brasileiro é de um produto que, além de escasso, deve continuar pesando no bolso ao longo dos próximos anos.

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