Mineração vai investir R$ 364 bilhões no Brasil até 2029; Minas Gerais terá maior fatia
Plano bilionário é o segundo maior da história recente e destina quase um quarto do montante ao estado mineiro
Por Plox
25/09/2025 08h33 - Atualizado há 2 dias
Até 2029, o setor de mineração deve realizar um dos maiores ciclos de investimento já vistos no Brasil, totalizando US$ 68,4 bilhões — cerca de R$ 364 bilhões. Esse volume, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), será destinado à modernização, expansão e construção de novas unidades em todo o país.

Minas Gerais será protagonista nesse processo, respondendo por aproximadamente 24,1% do total, o equivalente a US$ 16,5 bilhões. O minério de ferro continuará como carro-chefe dos aportes, absorvendo quase 30% do montante. Outros minerais estratégicos, como o cobre e terras raras, também estão incluídos nos planos, alinhados à pauta da transição energética.
O anúncio antecede o seminário “Ouro Verde”, organizado por O TEMPO e apresentado pela Anglo American, que será realizado em 1º de outubro, no Hotel Mercure, em Belo Horizonte. O evento reunirá autoridades como o governador Romeu Zema, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, prefeitos, gestores do setor e representantes de mineradoras.
Aline Nunes, gerente de Assuntos Minerários do Ibram, apontou que a execução dos investimentos enfrenta entraves do chamado 'custo Brasil'.
“Ainda assim, a nossa expectativa é de que esse valor aumente, dado esse contexto de transição energética”
, afirmou. Segundo ela, o cobre deve receber US$ 7,3 bilhões até 2029, mas outros minerais críticos também devem ganhar atenção.
Grandes companhias já anunciaram seus planos. A Vale pretende aplicar R$ 67 bilhões até 2030 em Minas Gerais, focando na expansão de produção e na redução de barragens. Apenas na reativação da mina Capanema, em Ouro Preto, foram investidos R$ 5,2 bilhões, com destaque para o uso de tecnologia sem rejeitos. A Gerdau, por sua vez, executa projeto de R$ 3,2 bilhões na mina de Miguel Burnier, também em Ouro Preto, que contará com um mineroduto ligando a cidade a Ouro Branco.
Esses aportes devem gerar reflexos significativos na economia, com empregos, arrecadação de impostos e fortalecimento de cadeias produtivas. Aline Nunes reforçou que municípios beneficiados conseguem, a partir desses recursos, planejar alternativas econômicas para o futuro, quando a exploração mineral diminuir.
O seminário Ouro Verde contará com quatro painéis dedicados ao papel do Estado na mineração sustentável, à visão das prefeituras, às práticas ambientais e às estratégias de decisão das companhias. Os ingressos são limitados e estão disponíveis no site Go Free.