Moro compara 'Careca do INSS' a Marcos Valério do mensalão
Senador afirma que lobista pode ter destino semelhante ao de Valério caso não colabore com a CPMI que investiga fraudes no INSS
Por Plox
25/09/2025 10h30 - Atualizado há 3 dias
Durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS nesta quinta-feira (25/9), o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) fez uma comparação direta entre Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como 'Careca do INSS', e Marcos Valério, personagem central do mensalão.

Moro afirmou que Antunes é visto como o principal operador do esquema que desviou valores de aposentados e pensionistas. $&&$ 'Ele é suspeito de ser o principal operador do roubo dos aposentados e pensionistas do INSS. É o equivalente ao Marcos Valério do Mensalão. Se não começar a colaborar, vai ter o mesmo destino: 37 anos de prisão' $, publicou o senador na rede social X.
Preso desde 12 de setembro, o lobista é acusado de comandar call centers usados na captação de associados para entidades envolvidas na chamada 'farra dos descontos'. Os contratos previam ganhos de até 27,5% sobre os novos filiados. Além disso, Antunes teria corrompido ex-diretores e até o ex-procurador-geral do INSS com pagamentos e repasse de carros de luxo a familiares.
Segundo a Polícia Federal, as investigações também analisam movimentações financeiras milionárias no Brasil e no exterior que podem configurar lavagem de dinheiro. Antunes detinha procurações de pelo menos oito entidades para atuar em nome delas, o que o colocaria no centro da rede de fraudes.
A CPMI, instalada após denúncias reveladas em reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023, recebeu Antunes nesta quinta para prestar depoimento. Ele é apontado como figura-chave no esquema que prejudicou milhares de aposentados em todo o país.
Marcos Valério, a quem Moro fez referência, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 37 anos de prisão por sua participação no mensalão do Partido dos Trabalhadores (PT). Antes, já havia sido associado ao mensalão mineiro, durante a gestão de Eduardo Azeredo (PSDB) em Minas Gerais. Proprietário de agências de publicidade, Valério operava desvios de recursos por meio de contratos públicos e, em delação, afirmou que administrava o caixa paralelo do PT.
Para investigadores, a comparação de Moro busca reforçar a gravidade das acusações contra o 'Careca do INSS', hoje considerado o principal articulador de uma das maiores fraudes já descobertas contra aposentados no país.