Aperam South America comemora 80 anos com tecnologia e metas de sustentabilidade
Siderúrgica investe R$ 588 milhões em atualização tecnológica e destaca pioneirismo ambiental em operação no Vale do Aço
Por Plox
25/10/2024 18h29 - Atualizado há cerca de 1 mês
No dia 31 de outubro, a Aperam South America completa 80 anos comemorando a modernização da laminação a quente, em Timóteo, com o que existe de mais tecnológico no mercado mundial, segundo a empresa. A siderúrgica é líder na América Latina em aços inoxidáveis. E neste momento, a Aperam também comemora as contratações para o desenvolvimento sustentável do país e da siderurgia. Às vésperas de completar oito décadas, a imprensa do Vale do Aço foi convidada para uma visita à planta da siderúrgica.
Na planta da siderúrgica em Timóteo, os jornalistas viram de perto o novo laminador a quente tipo Steckel, equipamento de 500 toneladas responsável pela transformação mecânica e metalúrgica.
Segundo o presidente da Aperam South America, Frederico Ayres Lima, a atualização tecnológica torna a Aperam mais competitiva no mercado, na medida em que o novo equipamento proporciona as produção novos produtos e redução de custos. “Esse investimento é uma crença no futuro, é um olhar para frente. Ele vai nos dar condições de produzir aços que hoje a gente não consegue produzir. É uma forma mais eficiente. E para frente o que a gente vê é a empresa continuar se desafiando, continuar sendo eficiente para que a gente vença os desafios que virão”, destacou Frederico em coletiva de imprensa.
Para essa operação, foram gastos cerca de R$ 588 milhões previstos na Fase 2 de seu Plano de Investimento de, anunciado em maio de 2022. “É um orgulho muito grande poder celebrar os 80 anos da Aperam na posição de líder de um setor tão estratégico para o desenvolvimento. Foram tantas conquistas, tantos desafios. E essa trajetória brilhante só foi possível graças aos nossos colaboradores, graças às pessoas que fizeram a empresa crescer”, diz Ayres Lima.
Suspensão dos investimentos por conta da concorrência com o aço chinês
No começo do ano, a Aperam anunciou o suspensão de investimento por conta da importação, no Brasil, do aço chinês. Durante a coletiva de imprensa, o presidente da siderúrgica comentou sobre o impacto na rentabilidade da empresa. “As importações não afetaram o nosso volume de produção desse ano. Elas afetaram mais a rentabilidade e nos obrigaram a exportar, porque nós não tivemos mercado interno para vender. Isso impacta o resultado, porque quando eu exporto, tenho desvantagens competitivas. Então o impacto das importações foi mais nisso do que na atividade da usina e também prospecção dos investimentos. O congelamento dos investimentos só aconteceu por causa da importação”, explicou.
Monitoramento das condições ambientais
Os jornalistas também conheceram a central de monitoramento da qualidade do ar. A sala fica dentro da usina e há cinco estações de monitoramento espalhadas em Timóteo, no centro, nos bairros Timirim e Alvorada, no distrito de Cachoeira do Vale, e na cidade vizinha Coronel Fabriciano.
Além do ar, a siderúrgica também monitora a qualidade da água do Rio Piracicaba e os ruídos. Em setembro, a Aperam renovou a licença de operação junto ao governo de Minas Gerais. Segundo a empresa, nos últimos dois anos, foram investidos de 50 a 60 milhões em equipamentos nessa área.
O presidente da Aperam ressaltou que a empresa também se destaca ao produzir aços do futuro, elétricos e inoxidáveis fundamentais para a transição energética, com a menor pegada de carbono em seu segmento: apenas 0,28 t de CO2/t de aço (considerando os escopos 1 e 2), enquanto a média mundial é de 1,4 t CO2/t e, no segmento de aços inoxidáveis, 0,8 t.
Além de gerar menos gases de efeito estufa, a Aperam South America também faz história na remoção de CO2 da atmosfera. Em 2024, a empresa se tornou a única em seu segmento no mundo a obter, pelo quarto ano consecutivo, a neutralidade entre emissões e remoções de CO2 em suas operações, alcançando o chamado balanço carbono neutro, nos escopos 1 e 2.
“O meu grande desafio é realmente pensar na Aperam de 2030, 2035 e 2040. As coisas mudam numa velocidade muito grande hoje em dia, e isso torna esse pensamento de longo prazo mais desafiador. Acredito que o futuro será marcado por uma preocupação crescente com os stakeholders. Tenho contatos com diversos stakeholders, desde prefeitos de cidades onde operamos até sindicatos e comunidades. Esses grupos ganham cada vez mais relevância, e nossa responsabilidade é produzir aço de forma sustentável e responsável”, destacou o presidente da Aperam.
Mudança na presidência da Fundação Aperam
Durante o encontro, o o presidente da Aperam South America, Frederico Ayres Lima, também anunciou a mudança na presidência da Fundação Aperam. Luiz Carlos Ribeiro Magalhães será o novo presidente, em um ano que marca os 30 anos de história da instituição e os 80 anos da Aperam South America.
Venilson Araújo Vitorino, que dirigiu a Fundação desde março de 2012, se despede de seu cargo, deixando um legado de impactos positivos nas comunidades onde a empresa atua.
Ao longo de suas três décadas, a Fundação Aperam Acesita beneficiou aproximadamente 3 milhões de pessoas, desenvolvendo projetos nas áreas de promoção social, cidadania e direitos humanos, qualificação profissional, meio ambiente, educação e cultura. Sob a liderança de Venilson, a Fundação se consolidou como uma referência em responsabilidade social, investindo constantemente no desenvolvimento das comunidades locais e promovendo inclusão e diversidade.
“Construímos uma história marcada pelo compromisso de fazer a diferença na vida das pessoas. Cada projeto desenvolvido não é apenas um número, mas uma história que nos enche de orgulho. Acreditamos que nosso trabalho contribui para um desenvolvimento local e sustentável nas regiões onde atuamos. É com gratidão que olho para o caminho percorrido e confio que a Fundação continuará a prosperar sob a liderança do Luiz”, destaca Venilson, que após 38 anos de carreira na Aperam, agora se aposenta.
Luiz Magalhães, que assume a presidência, expressou seu entusiasmo e a responsabilidade em relação ao novo desafio. “É uma grande honra e um desafio imenso. Tive a oportunidade de trabalhar de perto com a Fundação durante minha carreira militar e pude testemunhar como os projetos transformam vidas. Estou comprometido em dar continuidade a esse legado e, ao mesmo tempo, em buscar novas formas de ampliar esse impacto transformador e de desenvolvimento comunitário propiciado pela Fundação Aperam Acesita”, afirmou Luiz.
O novo presidente já tem planos para os primeiros passos de sua gestão. “Quero mergulhar nos detalhes de cada projeto, conhecer a fundo as necessidades das comunidades e buscar referências em boas práticas e em novas oportunidades para a Fundação. Acredito que, ao ampliar conexões, podemos desenvolver projetos ainda mais estruturantes e transformadores. Meu foco será estar junto à excepcional equipe da Fundação e garantir que continuemos a fazer a diferença na vida das pessoas”, ressaltou.
Luiz Magalhães também comentou sobre a colaboração com Venilson, destacando a importância da transição. “Acompanhei o trabalho da Fundação sob liderança do Venilson por mais de 10 anos e nestes últimos anos estive próximo a ele, aprendendo muito com sua visão e dedicação. Ele deixa um legado incrível e estou comprometido em levar adiante esse trabalho, mantendo o desenvolvimento do time e a essência da Fundação enquanto buscamos novas oportunidades de conexões”, afirmou Luiz.
História
Em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, nascia a Acesita, a Companhia Aços Especiais Itabira, em Timóteo, no Vale do Aço (MG). Numa época em que o Brasil dependia de aços especiais importados para viabilizar seu processo de industrialização, a Acesita reforçou o movimento de expansão da siderurgia brasileira, atendendo à crescente demanda nacional.