O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi homenageado neste sábado na Universidade Nacional da Malásia (UKM) com o título de Doutor Honoris Causa em Desenvolvimento Internacional e Sul Global. A cerimônia, realizada em Kuala Lumpur, destacou o papel do brasileiro em políticas de inclusão social e na promoção da cooperação entre países em desenvolvimento.

Reconhecimento coletivo e discurso político

Durante o evento conduzido pelo Sultão de Negeri Sembilan, que também é reitor da universidade, Lula interpretou o diploma como uma conquista de toda a população.

Esse diploma não é do Lula. Esse diploma é de 215 milhões de brasileiros. – Lula

Em um discurso marcado por tom político, o presidente cobrou mais representatividade do Sul Global em organismos internacionais e voltou a fazer críticas ao desequilíbrio de poder no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Conselho de Segurança da ONU.

É inaceitável que os países ricos tenham nove vezes mais poder de voto no FMI do que o Sul Global. – Lula

Cobrança por avanços climáticos na COP30

O presidente brasileiro também aproveitou o momento para mencionar a próxima edição da COP30, que acontece em novembro, no Brasil. Lula pediu que a conferência seja marcada por compromissos efetivos no combate à crise climática e defendeu o protagonismo da ciência nas decisões.

Será o momento de superar a ganância extrativista e agir com base na ciência. – Lula

Novas parcerias entre Brasil e Malásia

Antes da cerimônia, Lula teve encontro reservado com o primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, e participou de uma reunião ampliada entre as delegações dos dois países. Como resultado, foram firmados sete acordos de cooperação em áreas como ciência, inovação, semicondutores, tecnologia da informação e agropecuária.

Diálogo aberto com os Estados Unidos

A visita de Lula à Malásia se insere em um contexto de negociações comerciais com os Estados Unidos. Poucas horas antes da homenagem, o presidente americano Donald Trump confirmou uma reunião com Lula para tratar sobre o tarifaço de 50% em produtos brasileiros. O brasileiro afirmou estar disposto a negociar, deixando claro que não há exigências prévias de nenhum dos lados.

Não tem exigência dele e não tem exigência minha. Vamos colocar tudo na mesa e buscar uma solução. – Lula