Polícia

‘Barbie do Crime’ é presa suspeita de furtar R$ 1 milhão em condomínio de luxo em Piracicaba

Paola Co Carita Gobel, de 32 anos, foi detida com três homens em imóvel de alto padrão; grupo é acusado de usar identidades falsas para se infiltrar em condomínios e facilitar furtos

25/11/2025 às 10:39 por Redação Plox

Nascida em Poços de Caldas (MG), Paola Co Carita Gobel, de 32 anos, é apontada pela Polícia Civil como a mulher conhecida como "Barbie do Crime", suspeita de se infiltrar em condomínios de luxo para furtar imóveis. Ela foi presa ao lado de três homens em um residencial de alto padrão em Piracicaba (SP), no dia 20 de novembro.


Segundo a polícia, Paola Co Carita Gobel se identificou como garota de programa

Segundo a polícia, Paola Co Carita Gobel se identificou como garota de programa

Foto: Reprodução / Redes sociais.



De acordo com a investigação divulgada pela Polícia Civil nesta segunda-feira (24), Paola é suspeita de furtar cerca de R$ 1 milhão em objetos de um apartamento em Piracicaba.

No momento da abordagem, segundo a polícia, a mulher se apresentou como garota de programa e afirmou que frequentava imóveis de luxo para fazer “job”.

Histórico criminal e condenações

Paola responde a outros processos por furto nas comarcas de São Paulo e de Minas Gerais e chegou a ser presa em 2023.

Ela havia sido detida em 5 de outubro de 2023, na capital paulista, mas foi liberada em seguida e cumpria prestação de serviços comunitários e pagamento de multas, conforme informado pela polícia nesta terça-feira (25).


Naquela ocasião, a suspeita foi absolvida de uma acusação de furto no Foro Central de São Paulo. O Ministério Público ainda pode recorrer. Há também outro processo em andamento em Guarulhos (SP).

Em Minas Gerais, Paola foi condenada por um furto em Belo Horizonte. A  Justiça converteu a pena de prisão em prestação de serviços comunitários e pagamento de multas.

Por atender aos requisitos do artigo 44 do Código Penal, substituo a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, consistentes na prestação pecuniária no valor de dois salários - mínimos, a serem revertidos em prol de entidade a ser indicada pela Vara de Execuções Criminais, e na prestação de serviços à comunidade, à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, a ser prestada em entidade a ser designada pelo Juízo das Execuções

juiz responsável pelo caso no processo

Casa de luxo sob suspeita em Piracicaba

Na última terça-feira (18), a 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG/Deic) de Piracicaba recebeu informações de que novos moradores de um condomínio de alto padrão haviam chegado ao local sem mudança estruturada, apenas com colchões e poucas malas. Eles também teriam começado a filmar outras casas enquanto escondiam o rosto com blusas.


Diante do comportamento considerado suspeito, a Polícia Civil verificou que o contrato de locação do imóvel havia sido feito em nome de um servidor público que já tinha registrado boletim de ocorrência relatando o uso indevido de seus dados.


Segundo o delegado Marcel Willian Oliveira de Souza, da 1ª DIG/Deic, as incongruências levantaram a suspeita de que o imóvel vinha sendo utilizado de forma ilegítima, com contrato fraudulento e possibilidade de pagamento com cartões clonados, para abrigar um grupo voltado a práticas criminosas.

Mandado de busca, flagrante e prisão preventiva

Diante do cenário, a equipe policial solicitou e obteve da Justiça um mandado de busca domiciliar. A ação foi deflagrada na quarta-feira (19), no interior do condomínio.

No imóvel, os policiais encontraram três homens e uma mulher, que apresentaram um contrato de aluguel considerado falso para justificar a permanência na casa. Também foram apreendidas drogas e um veículo furtado na garagem, conforme o delegado.


Durante a abordagem, os suspeitos quebraram um celular para tentar impedir a apreensão do aparelho. O grupo foi preso em flagrante e, no dia seguinte, teve a prisão preventiva decretada. De acordo com as investigações, eles tinham chegado ao imóvel no dia 14, e a ação policial ocorreu antes que qualquer crime fosse efetivamente praticado dentro do condomínio.

Apelidos e ligação com furtos anteriores

Entre os detidos, a polícia identificou dois suspeitos que já haviam sido presos anteriormente pelo Deic de São Paulo por crimes considerados mais graves. No caso de Paola, fontes abertas consultadas pelos investigadores indicam que ela também é conhecida pelos apelidos “Mulher Gato” e “Barbie do Crime”.


O delegado Souza afirmou ainda que a suspeita já tinha sido presa em 2023, em um caso de furto a apartamento em que foi subtraído valor estimado em R$ 1 milhão. A prisão, na época, foi feita pelo Deic de São Paulo na casa do então namorado de Paola, que também foi preso com drogas.

Estratégia para entrar em condomínios

O delegado detalhou que o grupo tinha um modus operandi para se infiltrar em condomínios de alto padrão. A entrada era feita de forma escalonada: primeiro um dos suspeitos acessava o local, e depois outro se apresentava como namorado ou acompanhante, enquanto era feito o reconhecimento das casas e a movimentação interna.


A Polícia Civil espera o laudo da perícia para ter acesso aos dados dos celulares dos suspeitos e verificar se outras pessoas estiveram no condomínio com eles

A Polícia Civil espera o laudo da perícia para ter acesso aos dados dos celulares dos suspeitos e verificar se outras pessoas estiveram no condomínio com eles

Foto: Reprodução / EPTV.



De acordo com as investigações, parte do grupo permanecia do lado de fora, em veículos, enquanto outros entravam no condomínio, facilitando o transporte de produtos furtados. Os suspeitos também utilizavam nomes falsos para ter acesso aos residenciais.

Próximos passos da investigação

A Polícia Civil aguarda agora a perícia dos celulares apreendidos para tentar avançar na identificação de outros possíveis envolvidos e esclarecer se mais pessoas circulavam pelo condomínio junto com o grupo.


Os quatro foram autuados por associação criminosa, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, receptação dolosa, violação de domicílio e uso de identidade falsa. Eles já tinham passagens por formação de quadrilha, furtos e roubos a residências. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.

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