Influenciadores digitais que incentivam a soltura ilegal de balões no estado de São Paulo são alvo, na manhã desta terça-feira (25), de uma operação conjunta da Polícia Militar Ambiental e do Ministério Público paulista. A Operação Bancada mira especialmente perfis e páginas que estimulam a prática nas redes sociais.

Operação foca influenciadores e crimes cibernéticos

A ação tem como objetivo combater crimes cibernéticos ligados à fabricação, à soltura e à recuperação de balões de grande porte em todo o estado. De acordo com as instituições envolvidas, o foco está na atuação de influenciadores que produzem e divulgam conteúdo sobre o tema, contribuindo para normalizar e incentivar o crime em plataformas digitais.

A operação é fruto de uma investigação realizada ao longo dos últimos seis meses, período em que as autoridades conseguiram identificar os principais responsáveis por cada etapa da atividade ilegal, da confecção à recuperação dos balões, além de usuários e páginas que lucram com a divulgação desse tipo de conteúdo.

Cadeia logística e perfis monetizados na mira

Segundo as autoridades, a Operação Bancada busca desarticular toda a cadeia logística ligada à prática criminosa, impedindo a produção, a soltura e a recuperação dos balões. A ofensiva inclui também a rede de influenciadores e páginas que obtêm ganhos financeiros com visualizações, publicidade e outras formas de monetização desse conteúdo.

Além de cumprir mandados de busca e apreensão, a Justiça de São Paulo determinou a suspensão e o congelamento de contas e páginas utilizadas pelos investigados, medida que pretende limitar o alcance e o impacto das publicações que estimulam o crime.

Crime ambiental e riscos à população

A fabricação, armazenagem, transporte ou soltura de balões é crime previsto na Lei de Crimes Ambientais. A prática pode provocar incêndios urbanos e florestais, causar acidentes aéreos, gerar danos ambientais relevantes e colocar em risco direto a vida de pessoas em áreas urbanas e rurais.

Além do impacto ambiental, os balões de grande porte representam perigo para residências, instalações comerciais, áreas de mata e estruturas de infraestrutura, como redes elétricas e vias de transporte aéreo, o que reforça a ofensiva contra quem promove e lucra com esse tipo de conteúdo nas redes sociais.