Após investir quase R$ 30 milhões em redes sociais, Secom reavaliará estratégias digitais em 2025

Gastos milionários com a promoção de conteúdo nas grandes plataformas digitais devem entrar nas discussões

Por Plox

25/12/2024 10h33 - Atualizado há 7 meses

O governo federal prepara uma revisão ampla nas estratégias de comunicação digital para 2025, com foco na otimização dos investimentos em publicidade nas redes sociais. Esse movimento ocorre em meio a uma mudança esperada na Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), refletindo as metas de fortalecer a presença institucional online.

José Cruz/Agência Brasil

Segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, apenas em 2024, os gastos da Secom com promoção de conteúdo em plataformas digitais, como Google, Facebook, Instagram, TikTok e Spotify, alcançaram R$ 29,8 milhões. Esse valor supera os R$ 27,4 milhões desembolsados no ano anterior, sendo que cerca de 60% da verba foi destinada a campanhas institucionais.

Estratégias sob revisão

A discussão sobre os gastos com publicidade digital é impulsionada pelas mudanças planejadas na comunicação do governo, lideradas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há uma expectativa crescente de que Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha presidencial de 2022, assuma o comando da Secom. Fontes próximas ao governo indicam que ele deve reformular a equipe e a estratégia de comunicação, possivelmente a partir de janeiro.

Entretanto, ainda há divergências sobre como será o formato final dessa reestruturação. Uma possibilidade é que Palmeira continue atuando nos bastidores, como já ocorre atualmente, enquanto outra linha sugere sua oficialização como ministro, com autonomia total para promover mudanças.

Identidade própria nas redes

Críticas à atual abordagem da Secom destacam que o governo teria falhado ao tentar replicar o modelo de comunicação do governo anterior nas redes sociais. Interlocutores próximos ao presidente argumentam que a gestão Lula precisa construir uma identidade própria nesse ambiente, priorizando veículos de comunicação tradicionais, onde a esquerda historicamente obtém melhor desempenho.

Outro ponto levantado é a dependência dos perfis pessoais de Lula, que possuem enorme alcance orgânico. No Instagram, por exemplo, a conta do presidente reúne mais de 13 milhões de seguidores, enquanto a página oficial da Secom conta com apenas 223 mil. Recentemente, o perfil presidencial passou a compartilhar conteúdo relacionado às ações ministeriais, como políticas públicas em saúde e educação.

Destaques