Política

Em cadeia nacional, Lula defende fim do 6x1 e promete reduzir jornada em 2026

Presidente anuncia isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil, comemora queda de até 80% no custo da nova CNH, exalta vitória contra tarifaço dos EUA e COP-30, e cita ofensiva da PF contra o crime organizado

25/12/2025 às 11:39 por Redação Plox

Em pronunciamento de fim de ano em cadeia nacional nesta quarta-feira (24/12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou apoio ao fim da escala de trabalho 6x1, celebrou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e afirmou que o Brasil saiu vencedor após a revogação do tarifaço imposto pelos Estados Unidos.

Lula ainda prometeu esforço nacional para combater a violência contra a mulher

Lula ainda prometeu esforço nacional para combater a violência contra a mulher

Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República


Lula fala em “direito ao tempo” e defende fim da escala 6x1

Lula afirmou que, na conjuntura atual, nenhum direito é tão urgente quanto o “direito ao tempo”. Para ele, não é razoável que trabalhadores continuem submetidos a jornadas de seis dias consecutivos. O presidente defendeu que o fim da escala 6x1, sem redução salarial, é uma demanda direta da população que deve ser acolhida e transformada em política concreta pelos representantes eleitos.

A redução da jornada de trabalho integra as prioridades do Palácio do Planalto para 2026, ano em que Lula deve disputar a reeleição. A proposta, porém, enfrenta resistência no Congresso Nacional e, apesar de estar presente em diferentes projetos em tramitação, segue restrita a audiências públicas na Câmara dos Deputados e no Senado.

Isenção de IR até R$ 5 mil e alívio no orçamento

O presidente também comemorou a implementação da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, uma das principais promessas de seu mandato, concretizada apenas neste ano. Segundo ele, a medida garantirá um valor adicional mensal no bolso de milhões de famílias, com potencial para aliviar contas domésticas, impulsionar o consumo e aumentar o aquecimento da economia em todo o país.

Nova CNH mais barata e acessível

Em tom eleitoral, Lula retomou outra bandeira do governo: o fim da obrigatoriedade de formação em autoescolas para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Ele destacou que, com as mudanças válidas desde 9 de dezembro, a nova CNH ficou até 80% mais barata e, na avaliação do presidente, muito mais acessível à população.

Tarifaço dos EUA, soberania e abertura de mercados

Ao abordar o tarifaço imposto pelo governo Donald Trump, Lula afirmou que a soberania e a democracia brasileiras saíram vitoriosas após a revogação das sanções. Em sua fala, ele ressaltou que o país manteve uma postura de diálogo e fraternidade, sem recuar diante das pressões externas.

Embora tenha classificado o tarifaço como um “desafio inédito”, o presidente ponderou que o Brasil conseguiu abrir novos mercados durante o período de sanções econômicas. Lula sustentou que, com a negociação que resultou no fim do tarifaço, o país ultrapassou em dezembro a marca de 500 novos mercados abertos para produtos nacionais, resultado apresentado como símbolo de resiliência econômica.

COP-30 em Belém e liderança climática

Na sequência, Lula associou os desdobramentos do tarifaço à agenda ambiental e classificou a COP-30, realizada em Belém (PA), como um “sucesso”, apesar das críticas ao evento. Segundo o presidente, ao receber o maior encontro climático do mundo no coração da Amazônia, o Brasil consolidou sua posição como liderança global no debate sobre mudanças climáticas, tema que descreveu como o mais importante do século.

Combate à violência contra a mulher e segurança pública

Ao tratar de segurança pública, Lula prometeu liderar um “grande esforço nacional” para enfrentar a violência contra a mulher. Ele fez um apelo direto aos homens para que se comprometam pessoalmente com essa agenda e se tornem aliados no enfrentamento do problema, afirmando que um povo capaz de produzir tanta beleza não pode tolerar agressões contra mulheres.

Em resposta às críticas às políticas de segurança de seu governo, o presidente destacou a atuação da Polícia Federal. Ele afirmou que a corporação conduziu a maior operação já realizada contra o crime organizado, fazendo referência às investigações sobre a ligação de fintechs com facções. Lula ressaltou que o combate às organizações criminosas finalmente alcançou o “andar de cima” e enfatizou que recursos financeiros ou influência política não impedirão o avanço das apurações.

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