Percevejo-de-pintas-amarelas: Inseto asiático chega ao Brasil pelo Porto de Santos e preocupa especialistas
O último registro oficial do percevejo foi feito em outubro de 2024, no Parque São Vicente, através da plataforma iNaturalist
Por Plox
26/01/2025 11h02 - Atualizado há 4 meses
Uma espécie de percevejo originária da Ásia, conhecida como percevejo-de-pintas-amarelas (Erthesina fullo), tem chamado a atenção de pesquisadores no Brasil. Com pouco mais de 1 centímetro de comprimento e aparência marcante, o inseto foi identificado pela primeira vez em 2020, próximo ao Porto de Santos, no litoral paulista. Sua presença no país acende um alerta para possíveis danos ambientais e econômicos, caso não seja devidamente monitorado.
Inseto asiático com registro na Baixada Santista
Até o momento, foram registradas 22 ocorrências do percevejo-de-pintas-amarelas na Baixada Santista. A maioria dos casos aconteceu em Santos, mas também há registros em São Vicente e Guarujá. Especialistas acreditam que a introdução da espécie no Brasil ocorreu por meio de navios que atracam na região, sendo o primeiro avistamento feito pelo biólogo Yan Lima e Silva. Inicialmente, o inseto foi confundido com uma espécie nativa, mas alertas de cientistas ajudaram a identificar sua origem.
Características do percevejo-de-pintas-amarelas
O Erthesina fullo é conhecido por sua alimentação variada, adaptando-se a diferentes tipos de plantas. Na Ásia, é responsável por danos em culturas agrícolas, mas, no Brasil, ainda não há informações suficientes sobre seu impacto. O inseto tem corpo verde ou amarelo com pintas amarelas, atinge de 1,2 a 1,5 cm de comprimento e possui um ciclo de vida que varia de 4 a 6 semanas. Uma fêmea pode depositar entre 50 e 200 ovos por vez, e os adultos vivem de 2 a 4 meses, dependendo das condições ambientais.
Riscos ambientais e econômicos
Embora a espécie ainda não tenha causado prejuízos significativos no Brasil, especialistas alertam para o perigo de sua expansão. Caso se torne invasora, o percevejo pode desequilibrar ecossistemas locais e gerar prejuízos econômicos em nível nacional e até continental. Ricardo Brugnera, pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ressalta que a falta de monitoramento pode agravar a situação. "Há risco, caso não haja um monitoramento adequado", afirmou.
Monitoramento e colaboração científica
O último registro oficial do percevejo foi feito em outubro de 2024, no Parque São Vicente, através da plataforma iNaturalist, uma ferramenta de ciência cidadã que permite o registro e compartilhamento de observações sobre espécies da fauna e flora. Especialistas recomendam que pessoas que avistarem o inseto capturem imagens e publiquem na plataforma para ajudar na ampliação da base de dados.
Embora o percevejo-de-pintas-amarelas não represente riscos à saúde humana, sua presença requer atenção. Até o momento, o Ministério da Agricultura não se pronunciou sobre o caso.