Substituída por Alexandre Padilha, Nísia Trindade critica ‘fritura’ na imprensa após demissão por Lula

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, se manifestou nesta quarta-feira (26) sobre sua demissão anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em declaração à imprensa, Nísia afirmou que considera "inconcebível" a forma como sua saída foi conduzida, criticando a especulação antecipada sobre sua exoneração. Apesar disso, justificou a decisão de Lula e afirmou que mudanças ministeriais fazem parte da dinâmica de governo.

Decisão de Lula e novo perfil no ministério

Segundo Nísia, Lula explicou que a troca no comando da Saúde se deve à necessidade de um novo perfil no ministério. "Ele (Lula) disse que achava importante uma mudança de perfil na Saúde. O presidente entende que as dimensões técnica e política são importantes. Disse a ele que ele é técnico de um time. Faz parte da vivência de qualquer governo a substituição de ministros", declarou a ministra na entrada do Ministério da Saúde.

O governo busca um nome que amplie a comunicação das ações da pasta, considerada uma das vitrines mais importantes da gestão petista, especialmente em um cenário de preparação para as eleições de 2026. O escolhido para a missão foi Alexandre Padilha, que já comandou o Ministério da Saúde entre 2011 e 2014, no governo de Dilma Rousseff.

Críticas à imprensa e especulações sobre saída

Nísia demonstrou incômodo com o processo de sua demissão e a forma como o tema foi tratado na imprensa. Para a ministra, a antecipação da decisão gerou uma "fritura" desnecessária.

"A fritura na imprensa é inconcebível, não deveria acontecer. (A imprensa) deveria apurar os fatos e não antecipar decisão do presidente", reclamou.

A possibilidade de sua exoneração vinha sendo cogitada desde o ano passado, dentro das discussões sobre uma reforma ministerial no governo Lula. Nos últimos meses, o tema ganhou força, principalmente após Alexandre Padilha surgir como um dos principais cotados para substituí-la.

Posse e transição no Ministério da Saúde

O Palácio do Planalto confirmou que a posse de Alexandre Padilha acontecerá no dia 6 de março. Até lá, o novo ministro participará de uma série de reuniões para alinhar a transição da pasta com Nísia Trindade.

A troca no comando do Ministério da Saúde é parte de um movimento estratégico do governo para fortalecer a comunicação e ampliar o alcance das políticas públicas da área, considerada essencial para a imagem da gestão de Lula.